segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Salomão - uma lição de vida.

Quem é mais responsável que uma gaivota que descobre e desenvolve um significado, um propósito mais elevado na vida? Passamos mil anos lutando por cabeças de peixe, mas agora temos uma razão pra viver, para aprender, para descobrir, para sermos livres!




Salomão e Luiza:

Ela o conheceu assim, “por acaso”, numa festa da ONG onde é voluntária. E esta amizade foi crescendo, crescendo e ele passou a ser seu irmão. Mas a semente desta amizade foi tão abençoada que logo muitos outros passaram a ser seus amigos, inclusive eu.





Salomão no INCA.

Assim ele chegou de Angola para o Brasil, em busca de tratamento para seu câncer.



Juntos fizemos um blog para contar um pouco de sua história:

http://saolomao.blogspot.com/


Mas é só um pequeno aperitivo, pois acaba se ser impresso seu livro!








“A maior parte das gaivotas não se preocupa em aprender mais do que os simples fatos do vôo – como ir da costa à comida e voltar. Para a maioria, o importante não é voar, mas comer. Para esta gaivota, contudo, o importante não era comer, mas voar. Antes de tudo o mais, Fernão Capelo Gaivota adorava voar.”






“Não faz sentido... Eu podia ganhar todo este tempo aprendendo a voar. Há tanto que aprender!”

( trechos do livro de Richard Bach)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mídias Sociais


Midiassociais.net: O Nativo Digital, aquele indivíduo que está em constante interação com multiplaformas de conteúdo, tem a sua atenção hoje bastante pulverizada. Qual o caminho para ganhar a atenção deste público?
Martha  Gabriel: Relevância é o caminho para ganhar atenção e fidelidade. Esse é o maior ensinamento de ambientes pulverizados de qualquer natureza – o ser humano seleciona baseado em seus interesses, e para ser escolhido é necessário atender a esses interesses. A dificuldade reside no fato de que os interesses não só mudam de uma pessoa para outra, mas os interesses de uma mesma pessoa mudam muito no tempo e espaço. As pessoas não são, elas estão. Uma mesma mulher, de classe A, entre 20 e 40 anos de idade, pode estar interessada em assuntos de economia durante o horário de trabalho, mas pode estar interessada em carros no final de semana (porque está pensando em trocar o seu carro) e ainda pode estar interessada em comprar um presente à noite, porque está chegando o seu aniversário de casamento. A relevância em cada momento e em cada lugar que ela está é diferente. Nesse  sentido,  marketing no ambiente digital leva vantagem sobre o marketing no ambiente tradicional, pois o ambiente digital colhe rastros dos movimentos e ações do consumidor no ambiente, permitindo analisar e saber  o que é potencialmente relevante em cada momento. Esse tipo de segmentação é chamada de Behavioral Targeting, ou Segmentação por Comportamento, e é o caminho para oferecer comunicação relevante a cada momento, e chamar a atenção do seu público, seja ele nativo ou migrante digital.

http://www.midiassociais.net/2009/11/martha-gabriel-fala-sobre-midias-sociais/

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Eu creio!

Deus não prometeu céu sempre azul,
Caminhos floridos por toda vida;
Deus não prometeu dias sempre ensolarados,
Alegria sem tristeza, paz sem dor.
Mas Deus prometeu força para cada dia;
Descanso do trabalho; Luz para o caminho;
raça na dificuldades; Socorro vindo do céu e
amor por toda vida!



sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Astor Piazzolla no Brasil em 1986, 1975, 1972



Esta postagem é de 2009. Foi feita para relembrar o tempo em que eu tinha uma fita cassete, gravada de um show que passou na Rede Globo. Eu tinha 15 anos na época. Minha amiga Dina sempre ouvia comigo esta fita. Anos se passaram, cada uma seguiu o seu destino, mas sempre nos falamos. As vezes passa um bom tempo sem nos vermos pessoalmente. E quando fui na casa dela passamos uma tarde ouvindo cds de Piazzolla. O marido dele tem um coleção impressionante de cds. Pelos anos que se passaram eu não sabia mais o nome das músicas que tinha naquela fita. Fui pesquisar e fiz esta postagem.
Atualmente tenho recebido algumas visitas aqui, e fui pesquisar porque o povo está procurando por Piazzolla. Ele morreu em 1992... o que está acontecendo?
A internet é maravilhosa mesmo. Encontrei um baú do Conde di Lido, em que ele narra sua amizade com Piazzolla e a sua vista ao Brasil patrocinada pela Rede Globo. Não resisti e copiei.


Postado por Conde di Lido em 19/02/2011 06:45

DO FUNDO DO BAÚ – 1ª apresentação de Astor Piazzolla no Brasil

Já dava por perdido este programa da 1ª apresentação de Astor Piazzolla no Brasil. Ontem, remexendo uma velhas caixas, dentro do “Projeto Destralhe-se”, eis que ele surgiu para alegrar o meu dia.

Quase todos sabem a minha ligação com o maestro e, resumindo, eu trabalhava na Diretoria de Eventos Internacionais da TV Globo, assistente do meu primo José Octávio Castro Neves, quando a Globo resolveu correr com o Augusto Marzagão da organização do Festival Internacional da Canção de 1972 e a responsabilidade caiu sobre o José Octávio.

Após inúmeras reuniões para ver quem seriam os convidados para representar os seus países, o maestro Júlio Medaglia surgiu com o nome de Astor Piazzolla que nenhum de nós conhecia. Bastou uma reunião na casa do Zé Octávio, um LP de Piazzolla, um som Tannoy de 1ª linha, uma garrafa de Dimple e todos os presentes estavam enfeitiçados pela música de Piazzolla.

A mim, coube- me o contato com o maestro, convencê-lo a aceitar o convite e, durante a sua permanência no Brasil, servir de ponte entre ele, seus 9 músicos e sua então mulher, a cantora Amelita Baltar com a TV Globo.

Esse contato diário, por umas duas semanas, fez nascer uma grande amizade com o maestro e uma admiração pela sua música de forma a considerá-lo um dos maiores gênios da música contemporânea mundial.

Foram duas semanas mágicas ao lado de Piazzolla e seus músicos, acompanhando os ensaios, levando-os para almoçar, jantar, passear, isso tudo bancado por um cartão Diner's corporativo com o nome “Rede Globo de Televisão”. Uma mordomia a nunca mais ser esquecida.

Além da apresentação no Festival, representando a Argentina e recebendo uma estrondosa vaia das arquibancadas do Maracanãzinho, fizemos 2 concertos no Theatro Municipal do Rio ( o programa do 1º é este acima) e mais 2 no Municipal de São Paulo, além da gravação de um especial para a TV com a participação da Maria Bethânia.

Ao retornar para o Rio, Piazzolla revelou a intenção de fazer uma apresentação fechada apenas para a classe artística brasileira. Levei o desejo do maestro para o Zé Octávio e fui incumbido de arrumar o local para o evento. Não foi fácil.

Naquela época havia poucos locais que se prestassem a esse tipo de espetáculo. Fui falar com o Mièle, que tinha uma casa chamada Monsieur Pujol, mas havia uma atração no dia que o maestro dispunha para a apresentação. O mesmo ocorreu no Flag.

Consegui no Number One, com a boca-livre total bancada pela Globo.

Foi uma noite inesquecível, com todos os artistas convidados emocionados ao extremo. Eu vi lágrimas escorrendo nos rostos do Milton, do Chico, da Nana, do Edu Lobo e muitos outros.

O maestro e seu “Conjunto 9” tocaram por umas 3 horas, finalizando com “Balada para un loco” na voz da Amelita, que levou o público ao delírio. Foram uns 5 “bis”.

Eu estava de casamento marcado para março de 1973 e ele disse que faria o possível para agendar uma vinda ao Rio nessa época e tocar no meu casamento. Imagina sair da igreja ao som de “Adiós nonino”?

Não deu...Foi pena.

Acima se vê o carinho que todos tiveram por mim e, tenham certeza, esse carinho foi recíproco, principalmente pelo maestro e pelo seu violinista, Antonio Agri, um dos maiores virtuosos que vi na minha vida. Deixou um convite para ser o “spalla” da Filarmônica de Berlim para tocar com Piazzolla. Nada substitui um grande prazer.

Estive com ele em outras vezes quando veio ao Rio. Sua morte doeu em mim como se fosse a morte de um pai.

A música mundial tinha perdido um dos seus maiores gênios.









Eduardo Bertoni, que em seu fotolog O outro mundo é conhecido como Conde di Lido, faz dois trabalhos muito interessantes. Em uma série chamada “Colorindo o passado”, Eduardo dá vida às fotos antigas em preto e branco, atribuindo novas cores à imagem. Já na série “Túnel do Tempo”, ele contrasta imagens antigas com fotos recentes, onde é possível perceber a evolução do tempo nos modelos de carros, nos modos de se vestir e, principalmente, pelo desenvolvimento urbano da cidade.


O CONDE DI LIDO

Edoardo de Bourbon di Bertonius, Barão e depois Conde di Lido nasceu em Veneza no ano de 1947.
Seu pai foi o 1º Barão, Visconde e Conde di Lido, Waldebourgh di Bertonius, (Roma, 1870-1950)
O 2º Barão com grandeza di Lido foi Edoardo de Bourbon di Bertonius, filho dos então Condes di Lido.
Descendentes diretos de Príapo Bertonius ( Pompéia 50 DC) que é representado nas armas e no brasão da família.

O 1º Conde di Lido foi sócio de José Luiz Guimarães Caipora. Foram responsáveis por grande parte da urbanização do bairro carioca de Copacabana, bem como incorporadores da Vila Ipanema associados ao Conde d’Arcius, proprietário das terras ipanemenses.

Tendo sido ludibriado pelo Conde D’Arcius, o 1º Conde de Lido foi ao encontro da morte em total penúria além de ter deixado para seu filho, o atual Conde di Lido enormes dívidas, nem todas ainda quitadas, que fazem o Conde levar uma vida espartana dentro de uma imensa modéstia, habitando nos dias de hoje uma quitinete à Rua Viveiros de Castro, com sua esposa Diávola e o cão Derrota.

Ao atual Conde di Lido restou-lhe apenas a marca de família que fez a fama de seu ascendente Priapo Bertonius.




Ainda, Piazzolla
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de outubro de 1975

Quem teve inteligência e sensibilidade suficiente para assistir Astor Piazzolla, não só pode aplaudir e melhor espetáculo musical apresentado até agora, neste 1975, em Curitiba, como também ficou conhecendo, em lançamento nacional, quatro novas composições do genial renovador do tango argentino: a suite "Troilleana", dividida em quatro movimentos, que Piazzolla criou em homenagem póstuma ao seu amigo Aníbal Troillo (1908-1975), falecido em abril último, e três temas da trilha sonora do filme "Lumiére", que Jeanne Moreau está concluindo. A música para o primeiro filme dirigido por Jeanne foi feita há poucas semanas, e um dos temas, "Anjos de Soledad", é "perigoso para cardíacos", como diz Piazzolla, tal a sua força emotiva. Esta música foi gravada por Piazzolla e Gerry Mulligan, num elepê editado na Itália e, agora na Argentina, pela Trova. Nas duas apresentações de Piazzolla, em especial na quarta-feira, sentiu-se novamente o problema do som embora o equipamento tenha vindo de São Paulo, houve interferências, que chegaram a irritar o naturalmente tranquilo Piazzolla. Uma das causas dos barulhos irritantes foi o fato de haver algumas pessoas, na platéia, com os aparelhos "bip-bip", que interferem na [parafernália] eletrônica. Aliás, isso também se observa nos cinemas da cidade e em especial em algumas casas - como o Marabá e Exelcior (neste último, aliás, há até interferência de uma rádio, nas bandas sonoras dos filmes).


Michelangelo 70 y Adiós Nonino - Astor
Piazzolla (Programa Chico e Caetano)



"Papá nos pidió que lo dejáramos solo durante unas horas. Nos metimos

en la cocina. Primero hubo un silencio absoluto. Al rato, oímos que

tocaba el bandoneón. Era una melodía muy triste, terriblemente triste.

Estaba componiendo Adiós Nonino"

Daniel Piazzolla, su hijo. 1986
freeeka 2 meses atrás 


Astor Piazzolla fue uno de los invitados del segundo programa de la serie "Chico & Caetano", emitido por la TV Globo en mayo de 1986.




Michelangelo 70 y Adiós Nonino son los temas interpretados.


Chico Buarque fala sobre Astor Piazzolla


Piazolla had given Chico Buarque a song in middle 70's, a both sad and beautiful song. Chico Buarque kept it a long time without being able to write a lyric for it. Sometime later, Piazolla has come to Brazil. In that time Chico Buarque and Caetano had a TV show and they talked about that song, but Piazolla had no memories about. When Chico showed him the song, he made an arrangement. Chico had only 5 days left to write down the lyrics but couldn't make it.
...Chico couldn't write down the lyrics in one week. And wen the week was gone, Chico arrived at the studio and Tom (Jobim) was holding Piazzola, because he was very very angry with Chico. And Tom said: "Don't worry, Piazzola, it's typical of Chico: he goes to the footbol and forget everything..." heheheh




O compositor e bandoneonista argentino Astor Piazzolla, nasceu no 30 de janeiro de 1921 em Mar del Plata, a 420 quilometros a sul de Buenos Aires. Sendo um grande inovador da música e do tango, ele tranferiu o tango dos clubes e boates de Buenos Aires para auditorios de concerto.

Aos treze anos de idade Piazzolla for para Nova Iorque, onde foi escolhido para um papel em El Dia Que Me Quieres, o filme do grande mestre Carlos Gardel. Quando regressou a Argentina, tocou na famosa banda de Anibal Trilo. Depois da morte de Trilo em 1975, Piazzolla compôs o tema Suite Troileana. Devido à má situação politica na Argentina , partiu para Paris em 1970.

Em 1976, Astor Piazzolla forma o quinteto de tango "Quinteto Tango Nuevo", do qual faziam parte Fernando Suares Paz, Pablo Ziegler, Horacio Malvicino, Hector Console, e o próprio Piazzolla.

É interessante que Piazzolla compôs uma série de musicais em alusão ao Campeonato Mundial de Futebol na Argentina, que foi "viciado" pelo regime dictatorial vigente na Argentina em 1976. Nessa altura ele recebeu uma bolsa de estudos para continuar a sua instrução com Natalie Boulanger, em Paris. Boulanger encourajou-o a descobrir o seu talento e a dedicar-se exclusivamente ao tango.

O tango de Piazzolla não é só música para dança; o seu tango tem influências de jazz e de música clássica, e é mais apropriado para grandes auditórios do que para salões de dança.

Para além de composições para concerto, música para mais de quarenta filmes, Piazzolla compôs numerosas obras mais curtas – que para muitos não se podem classificar como tango.

Astor Piazzolla é considerado muldialmente como um dos maiores compositores do século XX.
Piazzolla faleceu em Buenos Aires em 1992.
Fonte - El Tango Nuevo

Astor PIAZZOLLA Cuenta su Historia con la Musica. ( RTP )
 com legenda




Piazzola, um nome que corre nas veias de Daniel
Neto de Astor Piazzola é baterista, vai tocar em SP e fala sobre a carreira e os conselhos que ouviu do avô
15 de maio de 2010
Eric Nepomuceno - especial para O Estado


BUENOS AIRES - Belgrano é um bairro residencial da zona norte de Buenos Aires, com ruas elegantes, de casas vastas e senhoriais. Coghlan é uma espécie de enclave especial dentro de Belgrano. Ali, numa rua sossegada e com árvores, um músico ocupa os dois últimos andares de um apartamento de fundos, amplo e luminoso. No terraço da cobertura há um estúdio dotado de total isolamento acústico. O morador tem 38 anos, é baterista e estuda horas e horas por dia. Com ele vivem a mulher, a escultora Soledad Petrelli, e os três filhos: Violeta, de 13 anos (do primeiro casamento dela), Mora, de 4 anos, e Lorenzo, de 5 meses.
Filho e neto de músicos, ele traz semelhanças com pai e avô. Com o pai, costumava, desde jovem, caçar tubarões no litoral sul da Argentina - exatamente como o pai, quando jovem, costumava fazer com o avô. Pai e filho têm o mesmo nome: Daniel. E os dois levam o mesmo sobrenome, o de um dos maiores gênios da música contemporânea de seu país e dos mais respeitados no mundo: os dois são Piazzolla.
Do avô Astor, o Daniel baterista traz lembranças cálidas e várias características. Uma delas é sua devoção absoluta e radical à música, com um grau de exigência consigo mesmo que chega a extremos. E também a paixão pelo bife à milanesa do Albamonte, restaurante no bairro de Chacarita, favorito dos dois. "Fininho, douradinho, com batatas fritas", adverte Daniel. Admite duas outras paixões: as empanadas cordobesas (melhores que as de Salta ou Tucumán, assegura) e o time do River, do qual é torcedor incondicional.
Fenômeno. A bateria é, mais que paixão, uma espécie de doce obsessão. Toca quase todas as noites: "Entre bandas, grupos e trios, faço parte de uns dez", conta rindo. E, claro, lidera o Escalandrum, com uma sonoridade tremendamente sofisticada, que existe há dez anos - e com os mesmos integrantes, o que é um fenômeno - e tem não apenas público cativo e entusiasmado, mas também o respeito solene dos críticos mais exigentes.
É com o Escalandrum tocando um repertório exclusivo do avô Astor que Daniel participa da 3ª edição do Bridgestone Jazz Festival, em São Paulo, na sexta-feira. Será a primeira apresentação do grupo no Brasil. A formação nada convencional do sexteto chama a atenção: há o piano exato de Nicolas Guerschberg e o contrabaixo delicado de Mariano Sivori, que com a bateria essencial de Daniel Piazzolla integram o clássico trio básico de jazz. O grupo se completa com Gustavo Musso, que se reveza entre o sax alto e o sax soprano, enquanto Damián Fogiel se concentra no tenor e Martín Pantyrer toca clarinete baixo e sax barítono. Os arranjos são desenhados por Daniel e detalhados por Guerschberg. O resultado é refinado e inventivo. O Escalandrum é um dos principais ícones do jazz argentino.
Só agora, a dez anos de sua criação, o grupo se propôs o desafio de interpretar a música do mais emblemático e genial compositor da última metade do século 20 na Argentina, o maestro Astor Piazzolla.
O repertório foi armado levando em conta os temas que soariam melhor na formação (e na atmosfera) do grupo. São clássicos absolutos: Libertango, Buenos Aires Hora Cero, Tanguedia, Romance del Diablo, Oblivion e, claro, Adiós Nonino. "Ao selecionar os temas e criar os arranjos, resolvemos respeitar o desafio, mas ao mesmo tempo respeitar a nossa própria sonoridade", diz Daniel. "Sempre quis fazer essa homenagem, um repertório só com temas de meu avô. Mas preferi aguardar até sentir que tinha chegado o momento certo." O primeiro disco de Escalandrum dedicado a Astor será o sexto da carreira do grupo, e deve ser lançado até o fim do ano.
Rigor. Antes de sentir que havia chegado a tal hora da homenagem, Daniel Piazzolla fez uma longa caminhada. Na infância e na adolescência estudou piano. Foram sete anos de rigor e disciplina. Mas ele gostava mesmo era de bateria e de jazz, da liberdade do improviso, da ideia de uma música em constante evolução. Ouvia a música do avô e sentia que nela havia, além de uma base teórica muito sólida e um elevado conhecimento de música erudita, a alma inquieta do jazz mesclando-se à raiz mais profunda do tango. E foi com o avô que ele ouvia The Weather Report, o piano de Keith Jarret, e Astor chamava sua atenção para o baterista do grupo, Jack Dejohnette. "Na verdade, ouvíamos de tudo, mas do que falávamos com mais paixão era de futebol e milanesas...", conta rindo.
Do avô o neto ganhou a primeira bateria e, principalmente, o conselho decisivo: quando teve que optar entre a universidade e a música, a família se dividiu. O trabalho de músico é instável, a carreira era extremamente difícil, bastava ver as dificuldades enfrentadas pelo pai, tecladista, e a imensa luta do avô até ser reconhecido. Daniel foi então conversar com Astor, que confirmou tudo aquilo: a carreira era difícil, ele mesmo havia penado muito até conseguir se estabelecer. E, então, depois de relacionar um rosário de dificuldades e decepções, veio o desfecho inesperado: "É bom você saber tudo isso, não vá achar que o caminho é fácil. Muito mais importante, porém, é ser feliz. Se quiser ser feliz, vá ser músico e esqueça o resto."
Desafio. Em 1992, ano em que Astor morreu depois de uma trombose cerebral sofrida em Paris em 1990, Daniel embarcou para Los Angeles, disposto a mergulhar fundo e de vez na música. "Tinha de assumir o desafio. Meu pai hipotecou a casa para que eu pudesse estudar, e foi o que fiz. Tinha de corresponder ao seu gesto, tinha de corresponder ao meu nome." Levava de Buenos Aires os três anos de estudos com um baterista histórico, Rolando "Urso" Picardi, quando desembarcou em Los Angeles. Tinha 20 anos e foi direto para o Musicians Institute. Quando voltou para a Argentina, em 1993, começava a ser outro: esse outro que é até hoje. Ou seja, um dos bateristas mais requisitados de seu país, que já acompanhou cantores e músicos como Fito Paez e Paquito de Rivera, Gary Burton e Chick Corea, Leon Gieco e Francisco Fattoruso, numa lista que parece não ter fim. Tocou na Bélgica, em Luxemburgo e no Japão, na França e na Estônia, nos EUA e no Uruguai. E vai em frente, tocando todos os dias onde tiver de tocar, porque se as milanesas e o River são paixões, a música e a bateria são obsessões.
E, quando toca, deixa bem claro duas coisas. Primeiro: cumpriu o conselho do avô para ser feliz. Segundo: soube responder à altura ao desafio de se chamar Piazzolla.
A propósito, o tubarão que ele caçava com o pai na costa sul argentina, como antes o pai caçava com o avô, chama-se Escalandrún. Foi só trocar a sílaba final por tambor em inglês: Escaladrum. Até nesse humor a herança está presente.
Bridgestone Festival - Daniel Piazzolla / Overtone Quartet. Citibank Hall. Al. dos Jamaris, 213, tel. 4003-5588. 6ª (21), 21h. Preço: R$ 50 a R$ 120.
Daniel Piazzolla talks about his father in 'Tango Maestro'. © 2004 BBC Worldwide Ltd



Libertango é minha música preferida.


El bandoneonista es Nestor Marconi,aqui junto a Yo-Yo Ma.

Moacyr Franco - Balada Para Um Louco ♫

Moacyr Franco canta em seu programa do SBT exibido no ano 2000



Balada Para Um Louco



Composição: Astor Piazzolla / Horácio Ferres 



Num dia desses ou, numa noite dessas

você sai pela sua rua ou, pela sua cidade ou,
ou, sei lá, pela sua vida, quando de repente,
por detrás de uma árvore, apareço eu!!!


Mescla rara de penúltimo mendigo

e primeiro astronauta a pôr os pés em vênus.

Meia melancia na cabeça, uma grossa meia sola em cada pé,

as flôres da camisa desenhadas na própria pele
e uma bandeirinha de táxi livre em cada mão.

Ah! ah! ah! Você ri você ri porquê só agora você me viu.
Mas eu flerto com os manequins,
o semáforo da esquina me abre três luzes celestes.
E as rosas da florista estão apaixonadas por mim, juro,
vem, vem, vamos passear. E assim meio dançando, quase voando eu
te ofereço uma bandeirinha e te digo:

Já sei que já não sou, passei, passou.
A lua nos espera nessa rua é só tentar.
E um coro de astronautas, de anjos e crianças
bailando ao meu redor, te chama:
vem voar.

Já sei que já não sou, passei, passou.
Eu venho das calçadas que o tempo não guardou.
E vendo-te tão triste, te pergunto: O que te falta?
talvez chegar ao sol, pois eu te levarei.

Ah! Ah! Ah! Ah!

Louco, louco, louco! Foi o que me disseram
quando disse que te amei.
Mas naveguei as águas puras dos teus olhos
e com versos tão antigos, eu quebrei teu coração.

Ah! Ah! Ah! Ah!

Louco, louco, louco, louco, louco! Como um acróbata demente saltarei
dentro do abismo do teu beijo até sentir
que enlouqueçi teu coração, e de tão livre, chorarei.

Vem voar comigo querida minha,
entra na minha ilusão super-esporte,
vamos correr pelos telhados com uma andorinha no motor.
Ah! Ah! Ah!
Do Vietnã nos aplaudem: Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
E um anjo, o soldado e uma criança repetem a ciranda
que eu já esqueci
Vem, eu te ofereço a multidão, rostos brilhando, sorrisos brincando.
Que sou eu? sei lá, um um tonto, um santo, ou um canto a meia voz.

Já sei que já não sou, nem sei quem sou.
Abraça essa ternura de louco que há em mim.
Derrete com teu beijo a pena de viver.
Angústias, nunca mais!!! Voar, enfim, voaaaarrr!!!

Ama-me como eu sou, passei, passou.
Sepulta os teus amores vamos fugir, buscar,
numa corrida louca o instante que passou,
em busca do que foi, voar, enfim, voaaaarrr!!!

Ah! Ah! Ah! Ah!

Viva! viva os loucos!!! Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
Viva! viva! viva!



NEY MATOGROSSO - Balada do Louco


Este é um outro louco. Não tem nada haver com Piazzola, mas é uma linda canção.

Louco é quem me diz

E não é feliz...


Mix Youtube
 aqui você encontra uma coletânea de vídeos de Astor Piazzolla e sua biografia completa.







terça-feira, 29 de setembro de 2009

São Rafael Arcanjo – 29 de setembro


"Eu sou o anjo Rafael, um dos sete que assistimos na presença do Senhor." Tob 12,15

O nome deste arcanjo (Rafael = “Deus curou”) não aparece nas Escrituras Hebraicas e no Antigo Testamento figura apenas no Livro de Tobias, onde ele primeiramente aparece disfarçado de companheiro de viagem do jovem Tobias, se denominando “Azarias, filho do grande Ananias”. Durante o curso da viagem, por várias vezes se mostra a proteção do anjo, incluindo a passagem no deserto e o enfrentamento do demônio que já tinha matado sete maridos de Sara. Depois de voltarem e de curar a cegueira do velho Tobias, Azarias se apresenta como “o anjo Rafael, um dos sete (espíritos principais) que assistimos diante do Senhor” Sobre as funções atribuídas a Rafael não temos mais do que sua declaração para Tobias de que enquanto Tobias orava e enterrava os mortos, Rafael oferecia suas orações para o Senhor, que o enviou para curá-lo de sua cegueira e salvar Sara, esposa de seu filho, do demônio. A categoria Judaica dos arcanjos é reconhecida no Novo Testamento mas apenas Gabriel e Miguel têm o nome mencionado. Muitos comentadores, no entanto, indentificam Rafael como “o anjo do Senhor” mencionado em João 5-4. Esta conjectura é baseada no significado do nome e no papel de cura atribuído a Rafael no Livro de Tobias.

Padroeiro: cegos, médicos, farmacêuticos, doenças dos olhos, anjos da guarda, encontros felizes, amor, amantes, enfermeiras, pastores, viajantes e jovens.

Oração: Glorioso Arcanjo São Rafael, que vos dignastes tomar a aparência de um simples viajante, para vos fazer o protetor do jovem Tobias; ensinai-nos a viver sobrenaturalmente, elevando sem cessar nossas almas, acima das coisas terrestres.

Vinde em nosso socorro no momento das tentações e ajudai-nos a afastar de nossas almas e de nossos trabalhos todas as influências do inferno.

Ensinai-nos a viver neste espírito de fé, que sabe reconhecer a misericórdia Divina em todas as provações, e as utilizar para a salvação de nossas almas.

Obtende-nos a graça que vos peço (faça o pedido), de inteira conformidade à vontade Divina, seja que ela nos conceda a cura dos nossos males, ou que recuse o que lhe pedimos.

São Rafael, guia protetor e companheiro de Tobias, dirigi-nos no caminho da salvação, preservai-nos de todo perigo e conduzi-nos ao Céu. Assim seja.

(Rezar 1 Pai Nosso, uma Ave Maria e fazer o sinal da Cruz).

O auxílio dos anjos


A Igreja confessa a sua fé nos anjos da guarda

O Papa Bento XVI disse que: “Eliminaríamos uma parte do Evangelho se deixássemos fora esses seres enviados por Deus, que anunciaram sua presença entre nós e que são um sinal dela”. E pediu a intercessão dos anjos “para que nos sustenham no empenho de seguir Jesus até nos identificarmos com Ele” (Zenit.org, março 2009).

A Bíblia e a Tradição da Igreja mostram amplamente que os anjos têm participação ativa na história da salvação dos homens, nos momentos em que Deus quer.

“Não são eles todos espíritos ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão de herdar a salvação?”, pergunta o autor da Carta aos Hebreus, capítulo1, versículo 14.

E nisso crê e isso ensina a Igreja; sabemos que é tarefa desses seres celestes bons a proteção dos homens e a sua salvação. Diz o Salmo: “Mandou aos seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te levarão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra” (Sl 90/91,11-12).

O próprio Jesus, falando das crianças e recomendando que não se lhes desse escândalo, faz referência aos “seus anjos” (cf. Mt 18,10). Ele atribui também aos anjos a função de testemunhas no supremo juízo divino sobre a sorte de quem reconheceu ou negou Cristo: “Todo aquele que se declarar por Mim diante dos homens, também o Filho do Homem se declarará por ele diante dos anjos de Deus. Aquele, porém, que Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus” (Lc 12,8-9; cf. Ap 3,5).

Se os esses seres celestes tomam parte no juízo de Deus, logo, estão interessados pela vida do homem. Isso se pode ver também no discurso escatológico em que Jesus os faz intervir em Sua vinda definitiva no fim da história (cf. Mt 24,31; 25,31-41).

Muitas vezes, a Bíblia fala da ação dos anjos pela defesa do homem e sua salvação: o Anjo de Deus liberta os Apóstolos da prisão (cf. At 5,18-20) e antes de tudo Pedro, que estava ameaçado de morte por parte de Herodes (cf. At 12, 15-10). Guia a atividade deste a respeito do centurião Cornélio, o primeiro pagão convertido (cf. At 10,3-8. 12-13), e a atividade do diácono Filipe no caminho de Jerusalém para Gaza (cf. At 8,26-29).

Foi um anjo que encontrou Agar no deserto (cf. Gn 16); os anjos tiraram Lot de Sodoma; assim como foi um anjo que anunciou a Gedeão que devia salvar o seu povo; um anjo anunciou o nascimento de Sansão (cf. Jz 13); e o anjo Gabriel instruiu a Daniel (cf. 8,16). Este mesmo anjo anunciou o nascimento de São João Batista e a encarnação de Jesus; esses seres enviados por Deus também anunciaram a mensagem aos pastores (cf. Lc 2,9) e a missão mais gloriosa de todas, a de fortalecer o Rei dos Anjos em Sua Agonia no Horto das Oliveiras (cf. Lc 22, 43).

Os anjos estão presentes na história da humanidade desde a criação do mundo (cf. Jó 38,7); são eles que fecham o paraíso terrestre (cf. Gn 3, 24); seguram a mão de Abraão para não imolar Isaac (cf. Gen 22,11); a Lei é comunicada a Moisés e ao povo por ministério deles (cf. At 7,53); são eles que conduzem o povo de Deus (cf. Ex 23, 20-23); eles anunciam nascimentos célebres (cf. Jz 13); indicam vocações importantes (cf. Jz 6, 11-24; cf. Is 6,6); são eles que assistem aos profetas (cf. 1 Rs 19,5).

Da mesma forma que os anjos acompanharam a vida de Jesus, acompanharam também a vida da Igreja, beneficiando-a com a sua ajuda poderosa e misteriosa (cf. At 5, 18-20; 8,26-29; 10,3-8; 12,6-11; 27,23-25). Eles abrem as portas da prisão (cf. At 5, 19); encorajam Paulo (cf. At 27,23 s); levam Filipe ao carro do etíope (cf. At 8,26s), entre outros.

A Igreja confessa a sua fé nos anjos da guarda, venerando-os na liturgia com uma festa própria e recomendando o recurso à sua proteção com uma oração frequente, como na invocação do “Anjo de Deus”. São Basílio Magno, doutor da Igreja, escreveu: “Cada fiel tem ao seu lado um anjo como tutor e pastor, para o levar à vida” (cf. 5. Basilius, Adv. Eunonium, III, 1; cf.Sto. Tomas, Summa Theol. 1, q. II, a.3).

São Jerônimo, doutor da Igreja, afirmou que: "A dignidade de uma alma é tão grande, que cada um tem um anjo guardião desde seu nascimento".

A Igreja honra com culto litúrgico três anjos. O primeiro é Miguel Arcanjo (cf. Dn 10,13-20; Ap 12,7; Jd 9). O seu nome exprime a atitude essencial dos espíritos bons. “Mica-El” significa, de fato: “Quem como Deus?”. O segundo é Gabriel: figura ligada sobretudo ao mistério da encarnação do Filho de Deus (cf. Lc 1,19-26). O seu nome significa: “O meu poder é Deus” ou “poder de Deus”. O terceiro arcanjo chama-se Rafael. “Rafa-El” significa: “Deus cura”; o conhecemos pela história de Tobias (cf. Tb 12,15-20), entre outros.

O famoso Bossuet dizia que: "Os anjos oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até os nossos desejos, fazem valer também diante de Deus os nossos pensamentos... Sejamos felizes de ter amigos tão prestativos, intercessores tão fiéis, intérpretes tão caridosos".

Os santos todos foram devotos desses seres celestes. Os anjos assistem a Igreja que nasce e os Apóstolos, prepararão o Juízo Final e separarão os bons dos maus. São eles que protegem Jesus na infância (cf. Mt 1, 20; 2, 13.19); são eles que O servem no deserto (cf. Mc 1, 12); e O reconfortam na agonia mortal (cf. Lc 22, 43); eles poderiam salvar o Senhor das mãos dos malfeitores se assim Cristo quisesse (cf. Mt 26, 53).

Toda a vida de Jesus Cristo foi cercada da adoração e do serviço dos anjos. Desde a Encarnação até a Ascensão eles O acompanharam. A Sagrada Escritura diz que quando Deus "introduziu o Primogênito no mundo afirmou: "Adorem-no todos os Anjos de Deus" (cf. Hb 1, 6). Alguns teólogos acham que isso motivou a queda dos anjos maus, por não aceitarem adorar a Deus Encarnado na forma humana.

A Igreja continua a repetir o canto de louvor que eles entoaram quando Jesus nasceu: "Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência divina" (cf. Lc 2, 14).

A Bíblia não só os apresenta como nossos guardiães, mas também como nossos intercessores. O anjo Rafael diz: "Ofereci orações ao Senhor por ti" (Tob 12, 12). "A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus" (Ap 8,4).

Santo Ambrósio, doutor da Igreja, declarou: "Devemos rezar aos anjos que nos são dados como guardiães" (De Viduis, IX); (cf. S. Agostinho, Contra Fausto, XX, 21).

A Igreja acredita que, no dia do batismo, cada cristão é confiado a um anjo que o acompanha e o guarda em sua caminhada para Deus, iluminando-o e inspirando-o.

Na Festa do Anjo da Guarda (2 de outubro), a Igreja põe diante dos nossos olhos o texto do Êxodo que diz:

"Assim diz o Senhor: Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei. Respeita-o e ouve a sua voz. Não lhe sejas rebelde, porque não suportará as vossas transgressões e nele está o meu nome. Se ouvires a sua voz e fizeres tudo o que eu disser, serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários. O meu anjo irá à tua frente e te conduzirá à terra dos amorreus, dos hititas, dos ferezeus, dos cananeus, dos heveus e dos jebuzeus, e eu os exterminareis" (Ex 23,20-23).

Além de tudo isso, a Bíblia frequentemente mostra os poderes dos anjos na natureza, e afirma São Jerônimo que eles manifestam a onipotência de Deus (cf. S. Jerônimo, En Mich., VI, 1, 2; P. L., IV, col. 1206).

Felipe Aquino

felipeaquino@cancaonova.com

Prof. Felipe Aquino, casado, 5 fihos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Conheça mais em Blog do Professor Felipe

Site do autor: www.cleofas.com.br

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Como nos livrar das forças espirituais do mal


“Apressai-vos, ó Deus, em me livrar; depressa, Senhor, vinde em meu auxílio” (Sl 69, 2)


Como se livrar de uma pessoa impertinente? Evitando-a. Como podemos nos livrar das forças espirituais do mal? Orando contra elas. Nossas orações são como flechas que mantém longe o Inimigo. Ainda que os nossos problemas e as nossas lutas sejam as mais comuns e corriqueiras precisamos aprender a enfrentá-las a partir de Deus e com uma força divina. É o que nos revela o Espírito Santo: “Porque, ainda que vivamos na carne, não militamos segundo a carne. Não são carnais as armas com que lutamos. São poderosas, em Deus, capazes de arrasar fortificações” (II Cor 10, 3-4).

Não devemos fugir da luta. É estupidez virar as costas para um inimigo que não vê a hora de nos apunhalar. Antes, devemos pedir que o Espírito faça conosco o mesmo que fez com Jesus quando o levou ao deserto, para enfrentar e vencer o Tentador que o espreitava (cf. Mt 4,1). Conduzido pelo Espírito, Jesus libertou-se do Maligno, e agora pode também libertar-nos do poder de Satanás. O Espírito Santo que conduziu Jesus na luta e o levou a derrotar o Inimigo é o mesmo que está agora ao nosso lado; pronto, como diz o Salmo, para “adestrar nossas mãos para o combate e nossos dedos para a guerra” (cf. Sl 143, 1).

O meio mais necessário e seguro para ter a vitória nesta luta é recorrer logo a Deus com humildade e confiança. Devemos nos revestir do Espírito e confiar: Deus virá em nosso auxílio. Se clamarmos “Apressai-vos, ó Deus, em me livrar; depressa, Senhor, vinde em meu auxílio” (Sl 69, 2), diz Santo Afonso de Ligório, que bastará essa oração para nos fazer vencer os assaltos de todos os demônios do inferno, porque Deus é infinitamente mais forte que todos eles.


Márcio Mendes - Missionário da Canção Nova

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Não se deixe vencer pelo cansaço


Ao não reconhecer e aceitar as próprias limitações, o vaidoso abre assim o caminho para sua infelicidade.

Mascarar as perdas ou aceitar a verdade?

Provavelmente você já tenha ouvido falar sobre a fábula atribuída a Esopo, lendário autor grego: “A Raposa e as Uvas”. Com pequenas variações, diz a narração que uma raposa vinha faminta pela estrada até que encontrou uma parreira com uvas maduras e apetitosas. Passou horas pulando tentando pegá-las, mas sem sucesso algum... Depois da luta e já cansada pelo esforço frustrado, saiu murmurando, dizendo que não queria mesmo aquelas uvas, porque afinal elas estavam verdes e não deviam ser boas. Quando já estava indo embora, um pouco mais à frente, escutou um barulho como se alguma coisa tivesse caído no chão... Não pensou duas vezes e voltou correndo por pensar que eram as uvas que estivessem caído, pois bem sabia que estavam maduras... Mas ao chegar lá, para sua grande decepção, era apenas uma folha que havia caído da parreira. A raposa virou as costas e foi-se embora resmungando, amargurada, pelo resto da vida.

Isso aconteceu com a raposa da fábula, mas não só com ela. Quantas vezes temos atitudes como esta diante dos nossos fracassos? Aliás, chega a ser uma tendência natural de quem não consegue atingir uma meta: denegri-la para diminuir o peso do insucesso. No entanto, esta postura não resolve o problema, pelo menos para quem deseja viver em paz consigo e com seus semelhantes. Ninguém é feliz, verdadeiramente, se não vive na verdade. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8, 32).

É verdade que precisamos aprender cada vez mais a difícil arte de saber perder para mantermos a paz interior, já que constantemente, conscientes ou não, vivemos a dinâmica da conquista e da perda. Se não lidarmos pacificamente com esse processo, correremos o risco de fugirmos da realidade e mentirmos para nós mesmos, quando a saída seria admitirmos nossos limites e buscarmos a superação com humildade e reconciliados com a dinâmica da vida.

A raposa sabia que as uvas estavam maduras e apetitosas e foi injusta consigo ao afirmar que estavam verdes e que não tinha interesse nelas. E nós? Nunca agimos assim? Ao mentirmos para nós mesmos optamos por viver na ilusão, travamos um duelo entre a verdade que está diante dos nossos olhos e a mentira que escolhemos ostentar. Não podemos seguir o exemplo do animal narrado na fábula. É tempo de reconciliação com a verdade que se esconde entre as máscaras, as quais, mesmo sem perceber, muitas vezes, vamos usando para disfarçar a dor das perdas.

A vida nos ensina que nem sempre ganhamos e nem sempre perdemos, mas uma coisa sempre acontece: acrescentamos experiência à nossa existência. Os erros trazem grandes lições e os acertos também, é preciso estar atentos aos detalhes.

Quando tudo parece perdido, calma! Sempre existe uma maneira de “virar o jogo”; por meio da fé, sabemos que Deus é o principal interessado em nos ajudar. Seu maior desejo é nos ver felizes. Recorramos a Ele!

Por mais que as “uvas”, que você deseja hoje, estejam distantes do seu alcance, não se desespere nem se engane dizendo que elas estão “verdes”. Admita a perda e lute pela vitória. O tempo é nosso aliado também nessa matéria.

Quem sabe se a raposa tivesse esperado um pouco não tivesse visto as uvas caírem aos seus pés? Talvez a vida hoje esteja lhe pedindo calma... O imediatismo próprio da nossa época, muitas vezes, nos rouba a sublime arte do saber esperar o tempo certo para cada coisa. Grandes sábios da história ensinam de diversas maneiras essa mesma lição.

Esperar o tempo de Deus, reconciliado com sua verdade, pode ser o caminho seguro para a felicidade que você procura. A cada amanhecer temos uma nova chance de acertar. Recomeçar, entre perdas e ganhos, faz parte da bonita dinâmica da vida.

Coragem! Temos um novo dia, uma nova chance.

Estamos juntos!

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com
Dijanira Silva Missionária da Comunidade Canção Nova, em Fátima, Portugal. Trabalha na Rádio CN FM 103.7
28/08/2009 - 09h00