terça-feira, 19 de julho de 2011

Seu blog é seu terapeuta?

 É bem legal pensar como o seu blog te ajuda a expressar aquilo que temos guardado. Recebi um texto por email do Foco em Gerações.

O texto fala somente da geração Y, mas o uso do blog para livre expressão é igual para todos. E não é porque você não tem bom relacionamento na sua família que você busca se expressar na Internet. É um momento seu, sem interferência, que você consegue esvaziar tanta informação armazenada, e liberar espaço para novas descobertas.

Antes você colocava esses pensamentos no papel e guardava com os recortes dos jornais e revistas, hoje você digita no blog, com direito a mídias e links, mas penso que aquele diário super secreto ainda é o melhor terapeuta para as questões mais íntimas. Talvez este meu pensamento seja reflexo da minha geração ou até mesmo uma barreira que eu não pretendo ultrapassar.

O texto descreve várias alternativas para o uso de um blog. Cada um faz do seu gosto e temos uma diversidade de opiniões para conhecermos. Esse compartilhamento é que faz a Internet ser tão viciante, porque você pode saber o que uma pessoa está pensando, do outro lado do mundo, em qualquer idioma, sem passar pelo grifo da censura da grande mídia que só divulga aquilo que interessa ao seu bolso.

Bom ter um blog, né? Eis o texto:




Posted: 18 Jul 2011 09:37 AM PDT
Por Adriano Berger – @nanoberger

Você sabe o que é DEMANDA LATENTE? Demanda latente é aquilo que existe dentro de você, um desejo por algo que nunca foi despertado por total desconhecimento de que aquilo existe. E, de repente, quando aparece à sua frente, gera aquela sensação de descoberta, de que “isso é tudo o que eu sempre sonhei”.
Pois o surgimento e crescimento avassalador das redes sociais foi a satisfação da demanda latente para o direito de expressão da sociedade moderna, especialmente dos membros da geração Y.
Já reparou como é gostoso desabafar, desafiar padrões e dizer ao mundo tudo o que se pensa? Essa foi a grande contribuição das redes sociais para o estabelecimento de um conforto emocional para as novas gerações. Note que, da década de 80 para trás, a juventude era de certa forma reprimida. Vivia segundo os costumes das famílias, das igrejas, das escolas disciplinadoras e das hierarquias culturais. Após o avanço da informática, da internet e das redes sociais, a juventude nunca mais precisou sair às ruas para se manifestar. Agora fazem isso de dentro do próprio quarto, por meio do seu laptop.

geração Y “mete a boca no trombone” em seus blogs. Criticam a tudo e a todos, expressam suas opiniões e fazem poesias que muitos não dariam valor se lessem no papel. Mas, uma vez poeta, basta colocar seu texto no blog e pronto. A satisfação de ter escrito e exposto está garantida, mesmo que ninguém nunca leia aquilo, mesmo que ninguém dê uma única palavra de aceitação.
A sensação de prazer e de bem-estar que um blog oferece é imensa, pois permite que todo sentimento seja exposto sem contestação. Sabe quando você quer criticar um clube de futebol, fazer piada de um time adversário e enaltecer o seu time do coração sem ter que debater com uma opinião contrária? O blog e as redes sociais te oferecem esse privilégio. Sabe aquela situação de injustiça na escola ou no trabalho, em que você não pôde manifestar sua opinião ou indignação? O blog te abre esse caminho de dizer livremente ao mundo o que pensa, doa a quem doer… E aquela foto bonita de si mesmo, que te dá tanto orgulho, por que não mostrar ao mundo e sentir-se admirado por quem o vir? O blog e as redes sociais te concedem esse momento de estrela.
O mais incrível que quero destacar sobre esse tópico é como a sociedade, o mundo e as tecnologias se adaptaram a favor do ser humano no momento oportuno, talvez até sem essa pretensão. No momento em que as gerações ganham cada vez mais distância do amor, do afeto e do aconchego familiar, a ciência lhes ofereceu um recurso para aproximar-se de outras pessoas, de centenas delas simultaneamente, e ainda concedeu a chance de se expressarem e de compartilharem emoções, idéias e sentimentos com outros seres humanos. Talvez em uma busca de alcançar aquilo que não estejam conseguindo em casa, no seio da família. O blog é o antigo “Meu querido Diário”, no qual as novas gerações se apóiam e se fortalecem como seres pensantes. “Penso, logo existo. Expresso-me, logo vivo”.
É por isso que não sou contra a convivência pacífica das redes sociais com o ambiente de trabalho. Quando temos a chance de conciliar nossa rotina de escritório, que exige uso full time da razão, com algumas visitas às redes sociais, fontes estimuladoras de emoção, tenho a certeza de que nossa mente rende muito mais, funcionando em perfeita harmonia e equilíbrio. E, nesse sentido, o papel dos blogs e das redes sociais é realmente o de um terapeuta, proporcionando uma compensação emocional na burocrática rotina de quem está convivendo cada dia menos com outros seres humanos.

Em tempo:

Acabei de ler outro texto sobre a responsabilidade ao expor sua opinião aqui. Este texto nos faz refletir bem, antes de publicar qualquer coisa, mesmo tendo liberdade de expressão.


Cybervida

Liberdade de Expressão
Uma das coisas mais fantásticas que os blogs e as mídias sociais que o seguiram nos trouxeram foi a democratização extrema da comunicação. Hoje todos que têm acesso a um computador com internet podem expor e divulgar seus pensamentos e ideias aos quatro ventos, fazendo uso do direito garantido pela Constituição Federal, a liberdade de expressão. 

Mas como diz o velho ditado: "com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades". Ou seja, o direito à liberdade de expressão é garantido, sem censura prévia, mas temos que arcar com as consequências de seu uso. 

No dia a dia, evitamos dizer coisas das quais nos arrependeríamos depois. Muitas vezes, na última hora nós ´engolimos´ palavras que estavam na "ponta da língua". E isso não é algo ruim, muito pelo contrário, é sinal de que pensamos antes de falar. E devemos também pensar e ponderar muito antes de publicar algo em qualquer das mídias sociais que temos à nossa disposição. 

A primeira coisa que temos que aceitar é que depois que apertamos o botão "publicar", perdemos o controle sobre o conteúdo. Quanto mais controverso for, maior é a probabilidade de alguém copiá-lo ou fazer impressão de tela, e redistribuir com o dedo em riste pregando lição de moral, amplificando o dito e transformando em desastre o que poderia ser um simples mal entendido. 

E se social e profissionalmente pode ser um desastre ao ponto de fazer alguém perder amizades ou até mesmo o emprego, legalmente pode ser um pesadelo. Sim. O que você diz ao fazer uso de sua liberdade de expressão pode render complicações com a justiça, como no caso da estudante de direito Mayara Petruzo, que em 2010 publicou um twitt preconceituoso, pregando o assassinato de nordestinos e agora é ré em processo criminal por racismo. 

Como diria o "Arnaldo", a regra é simples, não faça nas mídias sociais o que você não acharia correto fazer na vida real. Mesmo porque, apesar de alguns acreditarem na separação entre o virtual e o real, tudo que você faz na internet fica gravado, e as consequências podem ser muito reais. Juízo!

Um dos excessos mais comuns que vemos nas mídias sociais são os crimes contra a honra, principalmente calúnia e difamação. O primeiro consiste em dizer, injustamente, que alguém cometeu um crime. O segundo consiste em ofender a moral de alguém, e não importa se a ofensa é verdadeira, ou não! Até xingamentos podem ser base para um processo. E fazer prova é fácil, até o próprio Google faz cópia do conteúdo.

Para evitar dor de cabeça, 
vale o que aprendi com meu pai: "tudo pode ser dito, é uma questão de saber como dizer". Uma parte do segredo está em se limitar a narrar o que te aconteceu ou o que você presenciou, no direito isto se chama "animus narrandi". Mas para que ele esteja configurado, você não pode fazer juízo de valor da pessoa ou empresa em questão. Se atenha aos fatos, desta forma você pode passar seu recado com risco mínimo de perder um processo.

Outra coisa que você deve evita
r é o uso de logomarcas. Mesmo que o conteúdo que você produzir seja perfeito, a logomarca é protegida por direitos autorais, e você pode ser processado por uso indevido. Outra coisa que pode acontecer é uma ameaça vazia, sem base legal, uma tentativa de ganhar "no grito". Neste caso é bom você consultar um advogado e certificar-se de estar dentro da linha, e comprar ou não a briga.

Um comentário:

Celina Dutra disse...

Oi Glorinha,

Excelentes os textos seu e do Adriano. Cada um faz uso das ferramentas conforme sua necessidade! O que mais me dá prazer nessa brincadeira toda é descobrir gente que de outra maneira vc nunca saberia nem existir.

Girassóis nos seus dias.
beijo