sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Astor Piazzolla no Brasil em 1986, 1975, 1972



Esta postagem é de 2009. Foi feita para relembrar o tempo em que eu tinha uma fita cassete, gravada de um show que passou na Rede Globo. Eu tinha 15 anos na época. Minha amiga Dina sempre ouvia comigo esta fita. Anos se passaram, cada uma seguiu o seu destino, mas sempre nos falamos. As vezes passa um bom tempo sem nos vermos pessoalmente. E quando fui na casa dela passamos uma tarde ouvindo cds de Piazzolla. O marido dele tem um coleção impressionante de cds. Pelos anos que se passaram eu não sabia mais o nome das músicas que tinha naquela fita. Fui pesquisar e fiz esta postagem.
Atualmente tenho recebido algumas visitas aqui, e fui pesquisar porque o povo está procurando por Piazzolla. Ele morreu em 1992... o que está acontecendo?
A internet é maravilhosa mesmo. Encontrei um baú do Conde di Lido, em que ele narra sua amizade com Piazzolla e a sua vista ao Brasil patrocinada pela Rede Globo. Não resisti e copiei.


Postado por Conde di Lido em 19/02/2011 06:45

DO FUNDO DO BAÚ – 1ª apresentação de Astor Piazzolla no Brasil

Já dava por perdido este programa da 1ª apresentação de Astor Piazzolla no Brasil. Ontem, remexendo uma velhas caixas, dentro do “Projeto Destralhe-se”, eis que ele surgiu para alegrar o meu dia.

Quase todos sabem a minha ligação com o maestro e, resumindo, eu trabalhava na Diretoria de Eventos Internacionais da TV Globo, assistente do meu primo José Octávio Castro Neves, quando a Globo resolveu correr com o Augusto Marzagão da organização do Festival Internacional da Canção de 1972 e a responsabilidade caiu sobre o José Octávio.

Após inúmeras reuniões para ver quem seriam os convidados para representar os seus países, o maestro Júlio Medaglia surgiu com o nome de Astor Piazzolla que nenhum de nós conhecia. Bastou uma reunião na casa do Zé Octávio, um LP de Piazzolla, um som Tannoy de 1ª linha, uma garrafa de Dimple e todos os presentes estavam enfeitiçados pela música de Piazzolla.

A mim, coube- me o contato com o maestro, convencê-lo a aceitar o convite e, durante a sua permanência no Brasil, servir de ponte entre ele, seus 9 músicos e sua então mulher, a cantora Amelita Baltar com a TV Globo.

Esse contato diário, por umas duas semanas, fez nascer uma grande amizade com o maestro e uma admiração pela sua música de forma a considerá-lo um dos maiores gênios da música contemporânea mundial.

Foram duas semanas mágicas ao lado de Piazzolla e seus músicos, acompanhando os ensaios, levando-os para almoçar, jantar, passear, isso tudo bancado por um cartão Diner's corporativo com o nome “Rede Globo de Televisão”. Uma mordomia a nunca mais ser esquecida.

Além da apresentação no Festival, representando a Argentina e recebendo uma estrondosa vaia das arquibancadas do Maracanãzinho, fizemos 2 concertos no Theatro Municipal do Rio ( o programa do 1º é este acima) e mais 2 no Municipal de São Paulo, além da gravação de um especial para a TV com a participação da Maria Bethânia.

Ao retornar para o Rio, Piazzolla revelou a intenção de fazer uma apresentação fechada apenas para a classe artística brasileira. Levei o desejo do maestro para o Zé Octávio e fui incumbido de arrumar o local para o evento. Não foi fácil.

Naquela época havia poucos locais que se prestassem a esse tipo de espetáculo. Fui falar com o Mièle, que tinha uma casa chamada Monsieur Pujol, mas havia uma atração no dia que o maestro dispunha para a apresentação. O mesmo ocorreu no Flag.

Consegui no Number One, com a boca-livre total bancada pela Globo.

Foi uma noite inesquecível, com todos os artistas convidados emocionados ao extremo. Eu vi lágrimas escorrendo nos rostos do Milton, do Chico, da Nana, do Edu Lobo e muitos outros.

O maestro e seu “Conjunto 9” tocaram por umas 3 horas, finalizando com “Balada para un loco” na voz da Amelita, que levou o público ao delírio. Foram uns 5 “bis”.

Eu estava de casamento marcado para março de 1973 e ele disse que faria o possível para agendar uma vinda ao Rio nessa época e tocar no meu casamento. Imagina sair da igreja ao som de “Adiós nonino”?

Não deu...Foi pena.

Acima se vê o carinho que todos tiveram por mim e, tenham certeza, esse carinho foi recíproco, principalmente pelo maestro e pelo seu violinista, Antonio Agri, um dos maiores virtuosos que vi na minha vida. Deixou um convite para ser o “spalla” da Filarmônica de Berlim para tocar com Piazzolla. Nada substitui um grande prazer.

Estive com ele em outras vezes quando veio ao Rio. Sua morte doeu em mim como se fosse a morte de um pai.

A música mundial tinha perdido um dos seus maiores gênios.









Eduardo Bertoni, que em seu fotolog O outro mundo é conhecido como Conde di Lido, faz dois trabalhos muito interessantes. Em uma série chamada “Colorindo o passado”, Eduardo dá vida às fotos antigas em preto e branco, atribuindo novas cores à imagem. Já na série “Túnel do Tempo”, ele contrasta imagens antigas com fotos recentes, onde é possível perceber a evolução do tempo nos modelos de carros, nos modos de se vestir e, principalmente, pelo desenvolvimento urbano da cidade.


O CONDE DI LIDO

Edoardo de Bourbon di Bertonius, Barão e depois Conde di Lido nasceu em Veneza no ano de 1947.
Seu pai foi o 1º Barão, Visconde e Conde di Lido, Waldebourgh di Bertonius, (Roma, 1870-1950)
O 2º Barão com grandeza di Lido foi Edoardo de Bourbon di Bertonius, filho dos então Condes di Lido.
Descendentes diretos de Príapo Bertonius ( Pompéia 50 DC) que é representado nas armas e no brasão da família.

O 1º Conde di Lido foi sócio de José Luiz Guimarães Caipora. Foram responsáveis por grande parte da urbanização do bairro carioca de Copacabana, bem como incorporadores da Vila Ipanema associados ao Conde d’Arcius, proprietário das terras ipanemenses.

Tendo sido ludibriado pelo Conde D’Arcius, o 1º Conde de Lido foi ao encontro da morte em total penúria além de ter deixado para seu filho, o atual Conde di Lido enormes dívidas, nem todas ainda quitadas, que fazem o Conde levar uma vida espartana dentro de uma imensa modéstia, habitando nos dias de hoje uma quitinete à Rua Viveiros de Castro, com sua esposa Diávola e o cão Derrota.

Ao atual Conde di Lido restou-lhe apenas a marca de família que fez a fama de seu ascendente Priapo Bertonius.




Ainda, Piazzolla
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de outubro de 1975

Quem teve inteligência e sensibilidade suficiente para assistir Astor Piazzolla, não só pode aplaudir e melhor espetáculo musical apresentado até agora, neste 1975, em Curitiba, como também ficou conhecendo, em lançamento nacional, quatro novas composições do genial renovador do tango argentino: a suite "Troilleana", dividida em quatro movimentos, que Piazzolla criou em homenagem póstuma ao seu amigo Aníbal Troillo (1908-1975), falecido em abril último, e três temas da trilha sonora do filme "Lumiére", que Jeanne Moreau está concluindo. A música para o primeiro filme dirigido por Jeanne foi feita há poucas semanas, e um dos temas, "Anjos de Soledad", é "perigoso para cardíacos", como diz Piazzolla, tal a sua força emotiva. Esta música foi gravada por Piazzolla e Gerry Mulligan, num elepê editado na Itália e, agora na Argentina, pela Trova. Nas duas apresentações de Piazzolla, em especial na quarta-feira, sentiu-se novamente o problema do som embora o equipamento tenha vindo de São Paulo, houve interferências, que chegaram a irritar o naturalmente tranquilo Piazzolla. Uma das causas dos barulhos irritantes foi o fato de haver algumas pessoas, na platéia, com os aparelhos "bip-bip", que interferem na [parafernália] eletrônica. Aliás, isso também se observa nos cinemas da cidade e em especial em algumas casas - como o Marabá e Exelcior (neste último, aliás, há até interferência de uma rádio, nas bandas sonoras dos filmes).


Michelangelo 70 y Adiós Nonino - Astor
Piazzolla (Programa Chico e Caetano)



"Papá nos pidió que lo dejáramos solo durante unas horas. Nos metimos

en la cocina. Primero hubo un silencio absoluto. Al rato, oímos que

tocaba el bandoneón. Era una melodía muy triste, terriblemente triste.

Estaba componiendo Adiós Nonino"

Daniel Piazzolla, su hijo. 1986
freeeka 2 meses atrás 


Astor Piazzolla fue uno de los invitados del segundo programa de la serie "Chico & Caetano", emitido por la TV Globo en mayo de 1986.




Michelangelo 70 y Adiós Nonino son los temas interpretados.


Chico Buarque fala sobre Astor Piazzolla


Piazolla had given Chico Buarque a song in middle 70's, a both sad and beautiful song. Chico Buarque kept it a long time without being able to write a lyric for it. Sometime later, Piazolla has come to Brazil. In that time Chico Buarque and Caetano had a TV show and they talked about that song, but Piazolla had no memories about. When Chico showed him the song, he made an arrangement. Chico had only 5 days left to write down the lyrics but couldn't make it.
...Chico couldn't write down the lyrics in one week. And wen the week was gone, Chico arrived at the studio and Tom (Jobim) was holding Piazzola, because he was very very angry with Chico. And Tom said: "Don't worry, Piazzola, it's typical of Chico: he goes to the footbol and forget everything..." heheheh




O compositor e bandoneonista argentino Astor Piazzolla, nasceu no 30 de janeiro de 1921 em Mar del Plata, a 420 quilometros a sul de Buenos Aires. Sendo um grande inovador da música e do tango, ele tranferiu o tango dos clubes e boates de Buenos Aires para auditorios de concerto.

Aos treze anos de idade Piazzolla for para Nova Iorque, onde foi escolhido para um papel em El Dia Que Me Quieres, o filme do grande mestre Carlos Gardel. Quando regressou a Argentina, tocou na famosa banda de Anibal Trilo. Depois da morte de Trilo em 1975, Piazzolla compôs o tema Suite Troileana. Devido à má situação politica na Argentina , partiu para Paris em 1970.

Em 1976, Astor Piazzolla forma o quinteto de tango "Quinteto Tango Nuevo", do qual faziam parte Fernando Suares Paz, Pablo Ziegler, Horacio Malvicino, Hector Console, e o próprio Piazzolla.

É interessante que Piazzolla compôs uma série de musicais em alusão ao Campeonato Mundial de Futebol na Argentina, que foi "viciado" pelo regime dictatorial vigente na Argentina em 1976. Nessa altura ele recebeu uma bolsa de estudos para continuar a sua instrução com Natalie Boulanger, em Paris. Boulanger encourajou-o a descobrir o seu talento e a dedicar-se exclusivamente ao tango.

O tango de Piazzolla não é só música para dança; o seu tango tem influências de jazz e de música clássica, e é mais apropriado para grandes auditórios do que para salões de dança.

Para além de composições para concerto, música para mais de quarenta filmes, Piazzolla compôs numerosas obras mais curtas – que para muitos não se podem classificar como tango.

Astor Piazzolla é considerado muldialmente como um dos maiores compositores do século XX.
Piazzolla faleceu em Buenos Aires em 1992.
Fonte - El Tango Nuevo

Astor PIAZZOLLA Cuenta su Historia con la Musica. ( RTP )
 com legenda




Piazzola, um nome que corre nas veias de Daniel
Neto de Astor Piazzola é baterista, vai tocar em SP e fala sobre a carreira e os conselhos que ouviu do avô
15 de maio de 2010
Eric Nepomuceno - especial para O Estado


BUENOS AIRES - Belgrano é um bairro residencial da zona norte de Buenos Aires, com ruas elegantes, de casas vastas e senhoriais. Coghlan é uma espécie de enclave especial dentro de Belgrano. Ali, numa rua sossegada e com árvores, um músico ocupa os dois últimos andares de um apartamento de fundos, amplo e luminoso. No terraço da cobertura há um estúdio dotado de total isolamento acústico. O morador tem 38 anos, é baterista e estuda horas e horas por dia. Com ele vivem a mulher, a escultora Soledad Petrelli, e os três filhos: Violeta, de 13 anos (do primeiro casamento dela), Mora, de 4 anos, e Lorenzo, de 5 meses.
Filho e neto de músicos, ele traz semelhanças com pai e avô. Com o pai, costumava, desde jovem, caçar tubarões no litoral sul da Argentina - exatamente como o pai, quando jovem, costumava fazer com o avô. Pai e filho têm o mesmo nome: Daniel. E os dois levam o mesmo sobrenome, o de um dos maiores gênios da música contemporânea de seu país e dos mais respeitados no mundo: os dois são Piazzolla.
Do avô Astor, o Daniel baterista traz lembranças cálidas e várias características. Uma delas é sua devoção absoluta e radical à música, com um grau de exigência consigo mesmo que chega a extremos. E também a paixão pelo bife à milanesa do Albamonte, restaurante no bairro de Chacarita, favorito dos dois. "Fininho, douradinho, com batatas fritas", adverte Daniel. Admite duas outras paixões: as empanadas cordobesas (melhores que as de Salta ou Tucumán, assegura) e o time do River, do qual é torcedor incondicional.
Fenômeno. A bateria é, mais que paixão, uma espécie de doce obsessão. Toca quase todas as noites: "Entre bandas, grupos e trios, faço parte de uns dez", conta rindo. E, claro, lidera o Escalandrum, com uma sonoridade tremendamente sofisticada, que existe há dez anos - e com os mesmos integrantes, o que é um fenômeno - e tem não apenas público cativo e entusiasmado, mas também o respeito solene dos críticos mais exigentes.
É com o Escalandrum tocando um repertório exclusivo do avô Astor que Daniel participa da 3ª edição do Bridgestone Jazz Festival, em São Paulo, na sexta-feira. Será a primeira apresentação do grupo no Brasil. A formação nada convencional do sexteto chama a atenção: há o piano exato de Nicolas Guerschberg e o contrabaixo delicado de Mariano Sivori, que com a bateria essencial de Daniel Piazzolla integram o clássico trio básico de jazz. O grupo se completa com Gustavo Musso, que se reveza entre o sax alto e o sax soprano, enquanto Damián Fogiel se concentra no tenor e Martín Pantyrer toca clarinete baixo e sax barítono. Os arranjos são desenhados por Daniel e detalhados por Guerschberg. O resultado é refinado e inventivo. O Escalandrum é um dos principais ícones do jazz argentino.
Só agora, a dez anos de sua criação, o grupo se propôs o desafio de interpretar a música do mais emblemático e genial compositor da última metade do século 20 na Argentina, o maestro Astor Piazzolla.
O repertório foi armado levando em conta os temas que soariam melhor na formação (e na atmosfera) do grupo. São clássicos absolutos: Libertango, Buenos Aires Hora Cero, Tanguedia, Romance del Diablo, Oblivion e, claro, Adiós Nonino. "Ao selecionar os temas e criar os arranjos, resolvemos respeitar o desafio, mas ao mesmo tempo respeitar a nossa própria sonoridade", diz Daniel. "Sempre quis fazer essa homenagem, um repertório só com temas de meu avô. Mas preferi aguardar até sentir que tinha chegado o momento certo." O primeiro disco de Escalandrum dedicado a Astor será o sexto da carreira do grupo, e deve ser lançado até o fim do ano.
Rigor. Antes de sentir que havia chegado a tal hora da homenagem, Daniel Piazzolla fez uma longa caminhada. Na infância e na adolescência estudou piano. Foram sete anos de rigor e disciplina. Mas ele gostava mesmo era de bateria e de jazz, da liberdade do improviso, da ideia de uma música em constante evolução. Ouvia a música do avô e sentia que nela havia, além de uma base teórica muito sólida e um elevado conhecimento de música erudita, a alma inquieta do jazz mesclando-se à raiz mais profunda do tango. E foi com o avô que ele ouvia The Weather Report, o piano de Keith Jarret, e Astor chamava sua atenção para o baterista do grupo, Jack Dejohnette. "Na verdade, ouvíamos de tudo, mas do que falávamos com mais paixão era de futebol e milanesas...", conta rindo.
Do avô o neto ganhou a primeira bateria e, principalmente, o conselho decisivo: quando teve que optar entre a universidade e a música, a família se dividiu. O trabalho de músico é instável, a carreira era extremamente difícil, bastava ver as dificuldades enfrentadas pelo pai, tecladista, e a imensa luta do avô até ser reconhecido. Daniel foi então conversar com Astor, que confirmou tudo aquilo: a carreira era difícil, ele mesmo havia penado muito até conseguir se estabelecer. E, então, depois de relacionar um rosário de dificuldades e decepções, veio o desfecho inesperado: "É bom você saber tudo isso, não vá achar que o caminho é fácil. Muito mais importante, porém, é ser feliz. Se quiser ser feliz, vá ser músico e esqueça o resto."
Desafio. Em 1992, ano em que Astor morreu depois de uma trombose cerebral sofrida em Paris em 1990, Daniel embarcou para Los Angeles, disposto a mergulhar fundo e de vez na música. "Tinha de assumir o desafio. Meu pai hipotecou a casa para que eu pudesse estudar, e foi o que fiz. Tinha de corresponder ao seu gesto, tinha de corresponder ao meu nome." Levava de Buenos Aires os três anos de estudos com um baterista histórico, Rolando "Urso" Picardi, quando desembarcou em Los Angeles. Tinha 20 anos e foi direto para o Musicians Institute. Quando voltou para a Argentina, em 1993, começava a ser outro: esse outro que é até hoje. Ou seja, um dos bateristas mais requisitados de seu país, que já acompanhou cantores e músicos como Fito Paez e Paquito de Rivera, Gary Burton e Chick Corea, Leon Gieco e Francisco Fattoruso, numa lista que parece não ter fim. Tocou na Bélgica, em Luxemburgo e no Japão, na França e na Estônia, nos EUA e no Uruguai. E vai em frente, tocando todos os dias onde tiver de tocar, porque se as milanesas e o River são paixões, a música e a bateria são obsessões.
E, quando toca, deixa bem claro duas coisas. Primeiro: cumpriu o conselho do avô para ser feliz. Segundo: soube responder à altura ao desafio de se chamar Piazzolla.
A propósito, o tubarão que ele caçava com o pai na costa sul argentina, como antes o pai caçava com o avô, chama-se Escalandrún. Foi só trocar a sílaba final por tambor em inglês: Escaladrum. Até nesse humor a herança está presente.
Bridgestone Festival - Daniel Piazzolla / Overtone Quartet. Citibank Hall. Al. dos Jamaris, 213, tel. 4003-5588. 6ª (21), 21h. Preço: R$ 50 a R$ 120.
Daniel Piazzolla talks about his father in 'Tango Maestro'. © 2004 BBC Worldwide Ltd



Libertango é minha música preferida.


El bandoneonista es Nestor Marconi,aqui junto a Yo-Yo Ma.

Moacyr Franco - Balada Para Um Louco ♫

Moacyr Franco canta em seu programa do SBT exibido no ano 2000



Balada Para Um Louco



Composição: Astor Piazzolla / Horácio Ferres 



Num dia desses ou, numa noite dessas

você sai pela sua rua ou, pela sua cidade ou,
ou, sei lá, pela sua vida, quando de repente,
por detrás de uma árvore, apareço eu!!!


Mescla rara de penúltimo mendigo

e primeiro astronauta a pôr os pés em vênus.

Meia melancia na cabeça, uma grossa meia sola em cada pé,

as flôres da camisa desenhadas na própria pele
e uma bandeirinha de táxi livre em cada mão.

Ah! ah! ah! Você ri você ri porquê só agora você me viu.
Mas eu flerto com os manequins,
o semáforo da esquina me abre três luzes celestes.
E as rosas da florista estão apaixonadas por mim, juro,
vem, vem, vamos passear. E assim meio dançando, quase voando eu
te ofereço uma bandeirinha e te digo:

Já sei que já não sou, passei, passou.
A lua nos espera nessa rua é só tentar.
E um coro de astronautas, de anjos e crianças
bailando ao meu redor, te chama:
vem voar.

Já sei que já não sou, passei, passou.
Eu venho das calçadas que o tempo não guardou.
E vendo-te tão triste, te pergunto: O que te falta?
talvez chegar ao sol, pois eu te levarei.

Ah! Ah! Ah! Ah!

Louco, louco, louco! Foi o que me disseram
quando disse que te amei.
Mas naveguei as águas puras dos teus olhos
e com versos tão antigos, eu quebrei teu coração.

Ah! Ah! Ah! Ah!

Louco, louco, louco, louco, louco! Como um acróbata demente saltarei
dentro do abismo do teu beijo até sentir
que enlouqueçi teu coração, e de tão livre, chorarei.

Vem voar comigo querida minha,
entra na minha ilusão super-esporte,
vamos correr pelos telhados com uma andorinha no motor.
Ah! Ah! Ah!
Do Vietnã nos aplaudem: Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
E um anjo, o soldado e uma criança repetem a ciranda
que eu já esqueci
Vem, eu te ofereço a multidão, rostos brilhando, sorrisos brincando.
Que sou eu? sei lá, um um tonto, um santo, ou um canto a meia voz.

Já sei que já não sou, nem sei quem sou.
Abraça essa ternura de louco que há em mim.
Derrete com teu beijo a pena de viver.
Angústias, nunca mais!!! Voar, enfim, voaaaarrr!!!

Ama-me como eu sou, passei, passou.
Sepulta os teus amores vamos fugir, buscar,
numa corrida louca o instante que passou,
em busca do que foi, voar, enfim, voaaaarrr!!!

Ah! Ah! Ah! Ah!

Viva! viva os loucos!!! Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
Viva! viva! viva!



NEY MATOGROSSO - Balada do Louco


Este é um outro louco. Não tem nada haver com Piazzola, mas é uma linda canção.

Louco é quem me diz

E não é feliz...


Mix Youtube
 aqui você encontra uma coletânea de vídeos de Astor Piazzolla e sua biografia completa.