domingo, 18 de setembro de 2011

Eu tenho xantelasma



Agora nem com maquiagem eu consigo disfarçar, eu tenho xantelasmas enormes. Não tenho coragem de operar, pois sei que voltarão, então por que mexer neles? Meus últimos exames clínicos estavam normais, apesar que ainda não fiz a revisão dos 52.000 Km. Sou fumante e filha de cardiopatas, minhas chances de morrer é grande, mas quem garante o tempo de vida de qualquer um?

Meu tio morreu no início desse mês e durante o seu velório tive a sensação de que eu poderia ser a próxima. Até ouvi um prima falar isso. Senti medo sim, mas tenho certeza que só morrerei quando Deus quiser e tentei esquecer isso. Acontece que, sem procurar, este assunto está vindo novamente me chamar atenção, então resolvi fazer um post sobre isso. Vai que eu morro mesmo, aí fica registrado.

Hoje eu li no Estadão uma reportagem que falava que marcas amarelas nas pálpebras são um sinal de risco de ataque cardíaco e outras doenças. Uma pesquisa aponta que pessoas que apresentam lesões cutâneas conhecida como xantelasmas estão 48% mais propensas a ter um enfarte. As pequenas bolsas de tom amarelo situadas nas pálpebras são formadas por depósitos de colesterol. As marcas indicam ainda a formação de gordura em outras partes do corpo. Pesquisadores do Hospital Herlev, na Dinamarca, iniciaram um estudo há 33 anos com um grupo de 12.745, destes, um total de 4,4% apresentavam xantelasma e sofriam mais risco. E o estudo mostrou que pacientes com xantelasmas estão mais propensos a contar com depósitos de colesterol ao longo do corpo. O acúmulo de gordura nas paredes das artérias, conhecida como arteriosclerose, induz a derrames e ataques cardíacos. Existe uma chance de 25% de portadores de xantelasma terem ataques cardíacos na próxima década. Os portadores da doença deveriam passar por mudanças em seus estilos de vida e por tratamentos a fim de reduzir o mau colesterol, mas advertem que, atualmente, a maior parte das pessoas procura dermatologistas, afim de ter suas marcas removidas por razões estéticas, e não recebem tratamentos adequados para combater seu crescente risco de sofrer doenças cardiovasculares.
Não vou correr pro hospital nem para a BBC para pedir autorização. O RISCO está na minha cara e eu vou conviver com ele, mas se algum especialista quiser cuidar da minha doença ficarei grata.

E não foi só esta reportagem que me fez fazer este post. Na sexta-feira a @Rosana publicou no Querido Leitor um texto sobre "Nós, humanos." que eu não saiu da minha cabeça. Ela falou do ser humano que é frágil, inseguro e só quer ser amado. Que sendo a única criatura que tem consciência de sua finitude, não sabe como, onde e nem quando vai morrer.E principalmente não sabe quanto sofrimento vai ter antes de sua morte. Por isso ninguém fala sobre sua própria morte, e convive diariamente com notícias de violência e morte dos outros, e tem medo de aproveitar a vida. Para ser feliz, o ser humano procura ser amado e pra ser amado procura ser bonito, rico, famoso e ter razão sempre. Pura insegurança.

Mas o que realmente ela me ensinou merece destaque:

"Olhar o outro ser humano assim, como alguém que sabe que vai morrer e sofre por isso, perceber no outro a mesma fragilidade que você tem, ajuda a aceitar o outro como ele é, a vida como ela é."

"Porque pra ser amado você não precisa ser mais amado do que o outro."


"Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é importante. Lembrar que voce vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que voce tem algo a perder. Voce já está nu. Não há razão para não seguir seu coração." (Steve Jobs)

Fonte: http://bloglorinha.blogspot.com/2011/08/steve-jobs-renuncia.html


2 comentários:

Ana disse...

Gloria, eu também tenho, não tenho plano de saúde, o SUS demora um século para atender, e acho que sequer faz a remoção das manchas, quanto mais um tratamento decente.
Minha solidariedade a você.
Se morrermos por algo que podia ter cura - falo da asterosclerose - é porque outros seres humanos não se importaram o suficiente conosco. E o medo é todo nosso.

Gloria Diniz disse...

Ana, não vamos morrer não, vamos nos cuidar melhor, nos amar mais e assumir que a responsabilidade é só nossa. Com ajuda de Deus poderemos ter força e luz para encontrar o melhor tratamento para nós.
Fiquei muito emocionada com seu comentário. Volte mais vezes.
Beijos