quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DESABAFO Ecológico




Na fila do supermercado, o caixa diz uma senhora idosa:

- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao meio ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse:

- Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu:

- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.


- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo,
não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.


Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

Agora que voce já leu o desabafo, envie para os seus amigos ...

domingo, 18 de setembro de 2011

Eu tenho xantelasma



Agora nem com maquiagem eu consigo disfarçar, eu tenho xantelasmas enormes. Não tenho coragem de operar, pois sei que voltarão, então por que mexer neles? Meus últimos exames clínicos estavam normais, apesar que ainda não fiz a revisão dos 52.000 Km. Sou fumante e filha de cardiopatas, minhas chances de morrer é grande, mas quem garante o tempo de vida de qualquer um?

Meu tio morreu no início desse mês e durante o seu velório tive a sensação de que eu poderia ser a próxima. Até ouvi um prima falar isso. Senti medo sim, mas tenho certeza que só morrerei quando Deus quiser e tentei esquecer isso. Acontece que, sem procurar, este assunto está vindo novamente me chamar atenção, então resolvi fazer um post sobre isso. Vai que eu morro mesmo, aí fica registrado.

Hoje eu li no Estadão uma reportagem que falava que marcas amarelas nas pálpebras são um sinal de risco de ataque cardíaco e outras doenças. Uma pesquisa aponta que pessoas que apresentam lesões cutâneas conhecida como xantelasmas estão 48% mais propensas a ter um enfarte. As pequenas bolsas de tom amarelo situadas nas pálpebras são formadas por depósitos de colesterol. As marcas indicam ainda a formação de gordura em outras partes do corpo. Pesquisadores do Hospital Herlev, na Dinamarca, iniciaram um estudo há 33 anos com um grupo de 12.745, destes, um total de 4,4% apresentavam xantelasma e sofriam mais risco. E o estudo mostrou que pacientes com xantelasmas estão mais propensos a contar com depósitos de colesterol ao longo do corpo. O acúmulo de gordura nas paredes das artérias, conhecida como arteriosclerose, induz a derrames e ataques cardíacos. Existe uma chance de 25% de portadores de xantelasma terem ataques cardíacos na próxima década. Os portadores da doença deveriam passar por mudanças em seus estilos de vida e por tratamentos a fim de reduzir o mau colesterol, mas advertem que, atualmente, a maior parte das pessoas procura dermatologistas, afim de ter suas marcas removidas por razões estéticas, e não recebem tratamentos adequados para combater seu crescente risco de sofrer doenças cardiovasculares.
Não vou correr pro hospital nem para a BBC para pedir autorização. O RISCO está na minha cara e eu vou conviver com ele, mas se algum especialista quiser cuidar da minha doença ficarei grata.

E não foi só esta reportagem que me fez fazer este post. Na sexta-feira a @Rosana publicou no Querido Leitor um texto sobre "Nós, humanos." que eu não saiu da minha cabeça. Ela falou do ser humano que é frágil, inseguro e só quer ser amado. Que sendo a única criatura que tem consciência de sua finitude, não sabe como, onde e nem quando vai morrer.E principalmente não sabe quanto sofrimento vai ter antes de sua morte. Por isso ninguém fala sobre sua própria morte, e convive diariamente com notícias de violência e morte dos outros, e tem medo de aproveitar a vida. Para ser feliz, o ser humano procura ser amado e pra ser amado procura ser bonito, rico, famoso e ter razão sempre. Pura insegurança.

Mas o que realmente ela me ensinou merece destaque:

"Olhar o outro ser humano assim, como alguém que sabe que vai morrer e sofre por isso, perceber no outro a mesma fragilidade que você tem, ajuda a aceitar o outro como ele é, a vida como ela é."

"Porque pra ser amado você não precisa ser mais amado do que o outro."


"Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é importante. Lembrar que voce vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que voce tem algo a perder. Voce já está nu. Não há razão para não seguir seu coração." (Steve Jobs)

Fonte: http://bloglorinha.blogspot.com/2011/08/steve-jobs-renuncia.html