quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Pergunta pro Google...


Atualmente, quando meus filhos me perguntam algo que eu não sei, minha resposta é pergunta pro Google.  

Posted: 09 Aug 2011 05:27 AM PDT

Por Karen Chequer* – @karenchequer
Depois de ler o post de Eline Kullock (Uma geração que aprende com os pares), comecei a me indagar, como membro da geração Y, a quem costumo recorrer quando tenho dúvidas, sejam elas do âmbito pessoal ou profissional. A reflexão sobre o tema me fez constatar que (sim, é verdade!) nós aprendemos com nossos pares muito mais do que com pessoas de gerações anteriores.
Sou professora e tenho de lidar todos os dias com essa perda de autoridade da velha figura do “mestre”, como bem nos apresentou Eline. Antes, ele era respeitado e admirado por sua sabedoria, enquanto agora é visto apenas como um recurso a mais no processo de aprendizagem – e um recurso secundário, diga-se de passagem.
As empresas, as escolas e os profissionais em geral têm que aceitar essa realidade e buscar mecanismos de usá-la a seu favor. Constatei, sem surpresa, que meu maior “mestre” hoje é um senhor, ou melhor, um jovem chamado Google, que está disponível 24 horas por dia, disposto a me responder prontamente e da maneira que melhor me atender, com textos, imagens e vídeos. Também recorro aos amigos de todos os dias, FacebookOrkutYouTube e sites diversos.

A tecnologia mudou o mundo, alterando, assim, os papéis sociais. E não só os chefes nas empresas e os professores deixaram de ser a referência mais importante para nós, mas todos os profissionais acabaram perdendo um pouco da sua autoridade, o que não é ruim, penso eu, tendo em vista que essa perda se deu pela democratização do conhecimento, pelo acesso tão facilitado às informações das mais diversas áreas. Que atire a primeira pedra quem nunca recorreu à Internet para saber um pouco mais sobre sintomas, algum medicamento, alimentos funcionais, tendências da moda, leis e direitos, estratégias de marketing, etc. Médicos, advogados, professores, nutricionistas e empresários não são mais detentores exclusivos de um conhecimento fechado, cuja única fonte era a academia.
Hoje, somos todos um pouco de tudo. Temos acesso a informações de áreas do conhecimento nas quais sequer imaginamos um dia atuar. O velho ditado “de médico e louco todo mundo tem um pouco” pode ser alterado para “de médico, advogado, empresário, dona de casa, agente de viagens, etc., todo mundo tem um pouco”. A tecnologia nos fez generalistas, ainda que tenhamos especialização em alguma área.
Claro que a experiência das gerações anteriores é fundamental e, se podemos recorrer a nossos pares, se eles conseguem sanar nossas dúvidas, é porque esse é o resultado de um trabalho passado, que tem que ser valorizado. Só que essas gerações não são mais detentoras únicas de um tesouro secreto.
Saber disso e, sobretudo, aceitar essa ausência de hierarquia no compartilhamento de informações e conhecimentos é necessário para qualquer organização se manter viva nos dias atuais. Não basta mais completar o quadro com textos longos (já sendo substituído por telas interativas) e esperar que os alunos copiem passivamente, decorem tudo e façam a prova. Não basta mais usar o crachá de chefe do setor, dar ordens e metas secas e esperar que sejam passivamente cumpridas. É preciso urgentemente aprender com o diálogo entre os pares.
Ao mestre Google, com carinho.
*Karen Miranda Chequer tem 27 anos, é geração Y, professora de Língua Portuguesa‎ e advogada. Apaixonada por redes sociais, Internet, teatro, música e tudo o que conecta pessoas e mundos diferentes. Twitter: @karenchequer

2 comentários:

Penélope disse...

Tem razão, o senhor GOOGLE tem sido um oráculo do século - você pergunta e ele responde.
Muito propícia esta postagem.
Abraços

Karen Chequer disse...

Obrigada, Malu!