sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Um pouco de mim... no trabalho, vida, segurança e presença de Deus!




  • Qual á a sua profissão?
Não sei. Acho que dona de casa, porque não tenho um trabalho remunerado.
Na carteira de trabalho meu último registro foi programador de micro, mas isso nem existe, micro são os computadores de hoje.
Não tenho curso técnico, e nenhuma graduação.
Ou seja, não me formei em nada, sou dona de casa por que casei, tenho uma casa, marido e três filhos. O pior, minha sogra é quem faz a comida, na casa dela, porque faço comida com muita dificuldade, pouca variedade, e fica horrível. Não tenho capricho para cozinhar e nem pra quase nada. O psiquiatra falou que isso é uma característica de quem fuma, não cuida bem de nada, nem de si mesmo.
Gosto da minha casa, do meu marido e dos meus filhos.
Gosto de ver minha casa bem arrumada, mas agora mesmo tenho que fazer faxina, e tirar pó, lavar tudo,..., eu me assusto de fazer isso sozinha, tudo de uma vez para ficar bem legal, com uma ajudante é bem melhor, só que não tenho grana, devia fazer sozinha, aos poucos, todo dia até tudo ficar pronto para o Natal. Tudo bem se não tivesse de pensar em arrumar roupas, sapatos,..., para as formaturas do Victor e do Pedro. Aliás, eles não estão nada animados. Eu que tenho que preparar tudo. Nos armários também tinha que fazer uma limpeza, principalmente no debaixo da escada.
  • Por que você escolheu essa profissão?
Bem,..., eu não escolhi ser dona de casa, foi o que restou, mas também eu nunca soube ao certo o que queria ser.
Achava legal ser médica, ter um consultório com uma mesa para atender os pacientes, roupa branca, maleta, secretária, telefone, ser importante para os outros. Ai eu vi que não gostava de ver os ferimentos (embora tenha visto costurar a testa do meu pai e o lábio do Victor, mas quando ele machucou a perna eu quase desmaiei, e na minha biópsia também). E tinha que estudar muito, ser inteligente, dedicada, limpa, ter boa memória e disciplina. Achei que não conseguiria, nem tentei, procurei algo mais fácil.
Queria ser importante, conseguir estar sempre nos primeiros lugares, mas não era bem assim.
Passei para uma faculdade federal, muito bom, ia ser química. Acho que a relação candidato/vaga dava pra encarar, a Delfina ia fazer pra engenharia química, devia ser bom. Eu tinha pensado em psicologia também, mas minha mãe disse que não seria legal cuidar de maluco, e eu não conhecia ninguém que fosse psicóloga. Aliás, eu só conhecia um engenheiro, várias professoras, bancários, e uma formada como advogada que nunca exerceu. Até gostaria de ser professora, mas nunca soube explicar as coisas direito,..., acho que nunca aprendi nada o suficiente para ensinar a alguém. Até informática que eu lido há muitos anos, eu aprendo sozinha o que quero fazer, mas não tenho muito capricho, minhas finalizações não são boas, e quando faço alguma coisa para os outros, sempre pedem para eu consertar as coisas. Já ensinei muita coisa para os outros, mas não como aula. Digo apenas como fazer e pronto, ou então eu faço sem cobrar nada. Agora estou fazendo uns cursinhos de informática, mas não estou bem direcionada para uma profissão. Nem sei qual curso vou fazer no ano que vem. Gosto de informática, mas acho que não dá mais para trabalhar em algo importante.
Estou sem rumo, sem esperança que ainda possa ser importante e boa no que quer que seja. Tenho conhecimentos gerais, mas insuficientes para qualquer coisa. Tenho como buscar conhecimento, na internet, por exemplo, mas não vou fundo em nada.
Detalhe! Compro as coisas que preciso e quero, e gasto o que não tenho, no cartão. Não sei poupar o dinheiro que meu marido trabalha tanto para ganhar. Tudo abaixo de R$ 50,00 eu acho barato, embora não seja capaz de ganhar isso no ano. Ganho o aluguel de um imóvel que ganhei de herança.
Minha profissão? Acomodada, folgada, mimada,..., desmotivada!
  • Quais são as maiores alegrias que sua profissão lhe traz?
Alegria? ... Pensar na minha profissão me deprime. Pensar no que é a minha vida me deprime até que eu pense que sou abençoada por Deus. Aí sim eu tenho alegria. Eu consigo ver as vitórias que Deus me deu. MINHA MAIOR VITÓRIA É A MINHA FÉ! HOSANA... Inclusive foi a maior herança que meus pais me deixaram. Ai eu penso no marido, maravilhoso, que tenho, nos meus filhos lindos e educados, na minha sogra generosa, na paz que é a minha vida apesar das dívidas, que eu posso acordar e dormir a hora que quero, fazer ou não as coisas, posso estar sempre ligada no que meus filhos fazem, tenho tudo o que é necessário, não faço inimigos, tenho poucos amigos , estou me divertido mais, tenho a saúde que pensei ter perdido em um câncer, que não tinha, na depressão e no pânico.
DEUS PROVÊ MINHAS NECESSIDADES! Tenho que dar um pouco mais de mim para os outros.
  • E as preocupações? Quais são?
Não tenho um “trabalho”, sou mãe, esposa, e toda a minha preocupação gira em torno do cuidado com minha família. Meu marido é taxista, me preocupo com todos os perigos que ele corre no trânsito, assalto, violência, acidentes, salário, saúde, laser, futuro. E me preocupo com meus filhos o que toda mãe se preocupa. Só que quem trabalha fora tem muito mais preocupações que eu, porque além das preocupações que tenho ainda tem as inerentes a sua função. Eu deveria ser muito feliz e tranqüila, mas não sou! Acho que faço muito pouco, que tenho potencial para ser mais e melhor, não gosto de me sentir inútil e preguiçosa. Não gosto do que sou por não trabalhar e por não ajudar mais o meu marido na renda familiar, mas sei que se estivesse trabalhando e ganhando mais que ele, como já aconteceu, minha família não estaria unida como está. Assim consigo equilibrar o meu casamento sem disputa, meus filhos não estão largados, temos pouco, mas, o essencial. Não temos ambições, não temos mendigaria, não temos brigas, não temos invejas. Sabemos dividir o pouco que temos, e somos felizes. Falta um pouco mais de viagens, cinemas, teatros, roupas caras, carro do ano... Esses luxos que quem ganha mais pode ter, mas que causam também muito sofrimento. Não sei se vale à pena. Espero que meus filhos tenham uma boa profissão, e uma boa família, que tenham o que for necessário para suas vidas. E não percam a Fé!
  • Você vê a presença de Deus no seu trabalho? Como esta presença se manifesta?
SEM DEUS EU NADA POSSO FAZER! Estou totalmente dependente de Deus. Só levanto da cama graças a Ele. Só estou vivendo graças a Ele. Tudo o que tenho é Dele, porque é Ele quem nos sustenta. Isso eu digo de verdade, eu vivo assim. Foi Deus quem me deu razão para continuar a viver, que me mostrou o quanto sou importante para Ele e o quanto Ele me ama do jeito que eu sou com todos os meus defeitos e qualidades. Que eu sou única, não preciso me comparar com ninguém. Eu sou o que Deus quiser que eu seja! Com Deus eu sou Feliz! Nem a minha família é mais importante que Deus pra mim, porque pela minha família e já tinha desistido de viver por não ser igual a todas as mães e esposas. NINGUÉM É IGUAL A MIM, MAS EU NÃO SOU PIOR QUE NINGUÉM!
Que a Virgem Maria me ajude a ser uma mulher que aceita a vontade de Deus.
FIAT! Faça-se em mim segundo a tua palavra.

Agora vou falar do MEU JOSÉ.
Ele sim tem um trabalho. Um trabalho digno. Não tem salário fixo, não tem carteira assinada. A aposentadoria ainda não veio, mas quando vier não vai dar pra nada. O futuro não é garantido. O trabalho dele é caminho de vida, felicidade, segurança e paz, porque é abençoado por Deus. Ele tem o Dom do trabalho, porque Deus o deu.
O táxi, dom de Deus, possibilitou o seu pai, Seu Antonio, a sustentar sua família e agora continua conosco. Dirigindo o táxi ele se deixa conduzir pela ação de Deus. Quanta coisa já aconteceu em sua vida. O que deve ter ocorrido em seu coração quando soube da minha primeira, segunda, terceira gravidez! Que luta para não deixar nossa família em dificuldades. Quanta força para dobrar as armadilhas da vida e dirigir a segurança que nossa família tanto necessita!
O trabalhou conduziu o Zé. A paciência em trabalhar no trânsito foi o caminho para que o José Antonio aprendesse a enfrentar as dificuldades. Foi o caminho para que José Antonio aprendesse a se deixar conduzir pela graça de Deus. Que bom que o nome dele é José.
Este encontro da Novena nos faz meditar sobre São José, o carpinteiro de Belém, e eu pensei como, a exemplo dele, meu marido trabalha e ama sua família.
Obrigada meu Deus!

Um comentário:

Anônimo disse...

Glória: Minha amiga, minha irmã, vc só tem coisas lindas pra agradecer!!! Acredito como vc que a FÉ que temos em DEUS tem sido o diferencial em nossas vidas... vc tem do que se orgulhar ... vida íntegra, honesta com realizações de sonhos... Acredito que o melhor é a FAMÍLIA e, isso vc soube constituir e manter... formação profissional ainda existe tempo pra batalhar...Ponha na balança o lado positivo da sua vida e o negativo e vc vai ver que tem motivo pra agradecer todos os dias pela vida que tem... que pode não ser convencional mas é a sua vida e vc é um ser único nesse mundo e eu que não escrevo tão bem como vc e já estou um pouco cansada a essa hora da noite tenho que te dizer que eu sou muito feliz por ter conhecido vc e o meu carinho e admiração são imensos e eternos e te dizer que eu estou aqui pra o que der e vier e pode contar comigo pois eu acho demais vc ter o privilégio de ver os seus filhos crescerem, só isso pra mim ...já valeu a pena... beijuuus e EXCELENTE NOITE e que DEUS ABENÇOE VC E SUA FAMILIA