segunda-feira, 28 de março de 2011

Revoltas no mundo islâmico: Egito, Tunísia, Marrocos, Argélia, Cisjordânia, Jordânia , Iraque, Irã, Iêmen, Bahein e Líbia.

O texto não é meu. Infelizmente quando eu copiei o texto me esqueci de pegar o link. Peço desculpa por não poder citar a autora, mas deixo aqui meus elogios.

Afinal, somos ou não somos mulheres do século 21?

“Quando começaram os protestos no Egito, que culminaram na queda do ditador Mubarak, a primeira providência do então presidente foi bloquear o acesso à internet no país. E incutir no imaginário coletivo a ideia de que forças estrangeiras, ancoradas na imprensa, queriam dominar o Egito. Você já se perguntou por quê?
Quando eu era adolescente (uns 2 anos atrás) tive um professor de geografia que dizia algo muito interessante sobre poder: todo poder emana da informação. Ter informação é ter poder. Para quebrar as pernas de uma nação basta retirar dela o direito de saber. E uma ditadura faz isso, retira do povo muito mais do que o direito de votar, retira o direito de saber, e de dizer caso saiba. Por isso a educação, e a leitura, são essenciais para a liberdade. Uma pessoa só é livre de fato se reconhece quando querem tirar dela essa liberdade.
Eu vi, pela televisão, a Líbia em chamas. Mais um ditador que cai? E qual a primeira providência de Kadafi? Bloquear o acesso à informação. E com tantos anos fazendo lavagem cerebral no povo não é difícil convencer as pessoas que a imprensa estrangeira é do demônio.
Isso é outra coisa que governos ditatoriais fazem: invadem a mente de seu povo. Isso é a maior volência. Coisa pra gente pensar. E dar graças a Deus pelo país que temos hoje, sem ditadura. Podemos não ter os melhores governantes, mas ninguém quer botar fogo na gente quando dizemos que os que nos governam não prestam…
Um mundo novo está surgindo no Oriente Médio. E olha só que coisa: nós estamos vendo a história que os bebês de hoje estudarão no futuro. Seus netos lerão que no século 21 ditaduras caíram pela mão do povo. Está acontecendo agora!
História não é o máximo??? E ver a história ser escrita não tem preço!
Sim, eu leio jornais e sou apaixonada por História. Sim, gosto de política externa e acho que uma mulher moderna tem que saber de tudo um pouco: a receita gostosa, as unhas bonitas, a cor da moda e o nome dos ditadores que aprisionam o mundo em garras de ferro…
Afinal, somos ou não somos mulheres do século 21?”
















19/03/2011 16h17 - Atualizado em 19/03/2011 16h17
Islâmicos lançam pedras contra Mohamed ElBaradei
Nobel da Paz está no Egito para votar no referendo constitucional.
Manifestantes gritavam 'não o queremos' nas ruas.

Em Cairo, a capital do país, uma multidão enfurecida impediu que o líder da oposição Mohamed ElBaradei, Nobel da Paz, de votar.

Segundo o correspondente da BBC no Cairo, Jonathan Head, El Baradei foi atacado por uma multidão enfurecida quando se aproximava de um posto de votação em um bairro islâmico.

Gritando palavras de ordem como "Não o queremos", as pessoas atiravam pedras e garrafas no líder político, que teve que deixar o local antes de poder votar.


19/03/2011 16h18 - Atualizado em 19/03/2011 16h36
Termina o referendo constitucional no Egito

O líder da oposição Mohamed ElBaradei, crítico do projeto, foi atacado e impedido de votar por multidão enfurecida.

Mas Head diz que apesar das longas filas, a população parecia bem humorada. Grande parte do eleitorado considera este o primeiro processo eleitoral livre de sua vida.

"Estou muito animada", disse à BBC Nermeen Badayr, 53. "Ontem à noite preparei minha roupa de votar como uma criança indo para a escola pela primeira vez."

Ela contou que é a primeira vez que se deu ao trabalho de sair de casa para exercer seu direito.

"Antes eu nem ligava para quem estava ganhando ou perdendo, porque era tudo acertado de antemão."

No entanto, a proposta de reformas constitucionais dividiu opiniões até mesmo entre os líderes do levante popular contra o governo de Mubarak.

Os críticos, como ElBaradei, dizem que as reformas não são suficientes. Outros consideram que aceitar a reforma constitucional é o passo mais importante em direção a um sistema completamente democrático, e que estimulará a saída dos militares do poder.

Propostas
Os dois principais blocos políticos egípcios, o Partido Democrático Nacional e a Irmandade Islâmica, manifestaram apoio às propostas em votação.

Entre elas, está a redução do mandato presidencial de seis para quatro anos, com apenas uma reeleição.

O presidente seria obrigado a escolher seu vice dentro de 30 dias após eleito.

A proposta mudaria ainda os critérios para candidatos a presidente, que teriam de ter mais de 40 anos e não ser casados com pessoas de nacionalidade estrangeira.

Para analistas, eleições o quanto antes beneficiariam os dois principais movimentos políticos egípcios, já que os pequenos partidos surgidos após o levante popular não teriam tempo de se organizar para a campanha.

Hosni Mubarak, que liderou o Egito por três décadas, deixou o poder em fevereiro após 18 dias de protestos populares.

Críticas
Apesar das mudanças, grupos de campanha por reformas democráticas acreditam que as propostas do referendo não vão longe o suficiente. Eles pedem que a Constituição do país seja totalmente reescrita antes de qualquer eleição.

Para o prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, que emergiu como líder da oposição durante os protestos de fevereiro, as mudanças constitucionais propostas só se preocupam com "detalhes".

"(O projeto) não trata do poder imperial do presidente, não fala das distorções no Poder Legislativo, da necessidade de uma assembleia constituinte independente que represente a todos", disse ElBaradei à agência AFP.

"Por isso vamos dizer não. A maioria das pessoas que gerou a revolução vai dizer não."

Os autores do texto das mudanças preferiram deixar de fora uma modificação radical nos poderes presidenciais por acreditar que essa tarefa deve caber ao próximo Parlamento.

Na última sexta-feira, grupos contrários ao referendo voltaram a ocupar a praça Tahrir, no Cairo, para protestar contra o que consideram um texto pouco ambicioso.

O ex-presidente do Egito Hosni Mubarak (Foto: AP


23/03/2011 19h19 -

Comitê responsabiliza Mubarak por morte de manifestantes no Egito

Segundo jornal, comitê também acusa o ex-ministro do Interior Habib al-Adli.

Mais de 360 pessoas morreram durante o levante popular no país.



































Golpe que levou  Kadhafi ao poder
http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2011/02/entenda-crise-na-libia.html
Kadhafi está no poder desde que derrubou o rei Idris I, em 1969, em um golpe de estado sem derramamento de sangue, quando tinha 27 anos. Em 1977, ele criou o conceito de “Jamahiriya” ou “Estado das massas”, em que o poder é exercido através de milhares de “comitês populares”.
Seu “Livro Verde”, que costuma ler durante os discursos e serve de Constituição do país, foi publicado nos anos 70 e resume seu sistema de “democracia islâmica”, apresentada como uma alternativa nacional ao socialismo e ao capitalismo, combinada com aspectos do islamismo.


Com fama de extravagante e nacionalista, o ditador líbio costuma dormir em uma barraca beduína durante suas viagens internacionais e não dispensa a sua guarda feminina, entre as quais, segundo despachos vazados pelo WikiLeaks, uma “voluptuosa loira” que o acompanha em todos os deslocamentos.

Exotismos à parte, foi um político habilidoso em tirar o país do isolamento diplomático na última década. Nos anos 1980, seu regime apoiou grupos terroristas como o Setembro Negro, que assassinou atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique e o grupo separatista basco ETA, acusado de centenas de mortes na Espanha.

Kadhafi também negou a extradição do terrorista líbio Abdel Basset al Megrahi, que em 1988 foi acusado de colocar uma bomba num voo da PanAm que explodiu na Escócia, matando 270 pessoas.

Nos anos 1990, assumiu responsabilidade pelo ataque ao voo e pagou indenização aos familiares das vítimas, pondo fim a anos de sanções da ONU (Organização das Nações Unidas). Em 2003, foi tirado da relação de países com ligações com terroristas pelo então presidente dos EUA, George W. Bush.
Em 2008, a ONU aceitou que o país participasse do Conselho de Segurança como membro não permanente e em 2010 a Líbia foi eleita para o Conselho de Direitos Humanos da organização -do qual foi afastado depois do início da repressão aos rebeldes.

Economia
O fim do isolamento também impulsionou ainda a economia do país, atraindo investidores estrangeiros e grandes petroleiras, como a BP e a Exxon Mobil. Algumas destas empresas já estão retirando funcionários do país.

Analistas temem que a intensificação dos protestos possa interromper o fornecimento de petróleo e gás natural para países europeus, o que poderia provocar uma crise com potencial para desestabilizar a economia global.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Líbia cresceu 10,6% ano passado, e a previsão é de que venha a crescer cerca de 6,2% em 2011. Mas uma das principais razões por trás dos protestos é que essa riqueza não está chegando à população.

Cerca de um terço dos líbios vive na pobreza. Alguns dos problemas apontados pelos manifestantes que pedem o fim do regime de Kadhafi sãos os mesmos dos jovens egípcios: alto desemprego, alto preço dos alimentos, importação da maior parte dos alimentos necessários ao abastecimento e gastos exorbitantes com arsenal militar.

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